COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DAS CERTEZAS E INCERTEZAS DA VIDA – Antonio José Ferreira de Melo

COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DAS CERTEZAS E INCERTEZAS DA VIDA –

A REALIDADE

É comum escutar, que, na vida, somente se tem uma certeza:

A morte.

Uma certeza deveras tétrica, porém, com certeza, real.

É comum também, ver, certezas e incertezas no comportamento de muitos de nós, os mortais.

Porém, alguns, ao adquirirem poder, parece ter a certeza de sua imortalidade, ou de uma absurda ideia de que são seres superiores, e se assemelham a um Deus.

UM EXEMPLO QUE ESTÁ NA MODA

Outro dia, revi uma antiga citação, ao escutar de um certo “vivente”, que, pensando alto, dizia: “os ministros do STF, com seu comportamento absurdo, pensam que são Deuses”.

Foi quando um dos seus interlocutores falou: “olha, pensam não, eles tem, é certeza”.

Relatar aqui, os absurdos diários, que são expelidos como excrementos, pelos “sinistros” do Supremo Tribunal Federal, é, como se diz no popular, “chover no molhado”.

Porém, nos faz pensar, que, diante da incerteza do nosso futuro, a certeza do excessivo poder e da impunidade, que esses “sinistros” demonstram ter, chegam às raias do absurdo.

Os “sinistros do STF”, a exemplo do Panteão Grego, localizado no topo do Monte Olimpo, onde seus 12 Deuses, eram protegidos pelas Deusas e alimentados pelo néctar e ambrósia, também são isolados do povo, no seu suntuoso palácio, e são alimentados por medalhões de lagosta e vinhos medalhados.

Porém, não é somente isso. Vestem-se, comumente, com indumentária fabricada pelo alfaiate de estimação, ou com ternos de grifes da alta costura, adquiridos nas suas viagens à Europa, comprados com o nosso dinheiro, que custeia os mais imorais e sofisticados vícios, alguns, não publicáveis.

O que dizer dos relógios de milhares de dólares, cujo valor em Reais, não lhes traz, a menor preocupação, uma vez que eles tem a certeza de que a sua fonte de recursos, não possui a incerteza de certas abstinências, tão comuns a nós, pobres mortais.

Pois é. Nada disso, no entanto, lhes dá certeza de que poderão fazer a “penosa” travessia do Atlântico, sem serem importunados por esse “povo”, estranho aos seus costumes, que habita um mundo tão diferente.

Como diria Expedito: Dotô, esse povo qui pensa qui é um Reis, num vale o qui o gato Intérra.

O DIA A DIA, NOSSO, E DOS DEUSES

É natural que, ao acordar, nós, os mortais, imaginemos como será o nosso dia, ao fazermos a nossa agenda de trabalho ou de atividades, conforme nossos compromissos.

Fazemos o nosso café da manhã, com as frutas “da época” que agora não tem mais época, pois são produzidas em qualquer tempo, tomamos a nossa coalhada, lembrando que foi bem melhor, quando era feita na panela de barro da fazenda, comemos o nosso ovo de granja, que, mesmo assim sendo, pode ser “caipira”, e, quando acaba o leite que veio do sítio, bebemos mesmo, aquele leite de “caixinha”, que é capaz de “durar” um tempão, sem se estragar.

Começamos o dia com alegria, pois tudo fazemos, com a paz da consciência dos justos, se lembrando, que logo mais teremos que matar um leão para continuar a vida.

Há quem diga que esse leão está dentro de nós, representando os nossos medos e obstáculos, que precisam ser vencidos e superados, para que possamos sobreviver e alcançar os nossos objetivos.

Tudo isso, acontece, no dia a dia, dos simples mortais, que o Alexandre Imoráis, que deseja ou se acha um “Zeus” moderno, chamou recentemente de imbecis.

Esse Zeus, não foi criado em Creta e nem alimentado com o leite da cabra Amaltéia. Segundo consta, é apenas, um produto do PCC. Nada mais que isso.

Voltando ao “dia a dia”, como será o “acordar” de um “sinistro do STF”?

Alguns deles, conhecidos pelos seus trejeitos, decorrentes dos seus vícios comportamentais, calçarão as suas “pantufas”, ajudado pelo seu eunuco preferido, ou quem sabe, não tão “eunuco” assim.

Depois, sentarão à mesa do dejejum, do seu suntuoso apartamento, e diante de tantas iguarias proporcionadas pelos míseros R$ 90.000,00, que recebem, como “auxílio alimentação”, chegarão ao absurdo ato, de reclamar de seu mordomo, pelo fato de que o guardanapo não está dobrado como ele gosta.

Quanto ao humor dos sinistros, esse é um quesito difícil de imaginar.

Alguns deles, iniciarão o dia, imaginando qual será a maldade que cometerão, e contra quem, uma vez que não foram concebidos para pensar em bondades.

Com certeza, entre os seus penduricalhos, não terão o benefício proporcionado pela paz, que é adquirida pela simples moeda da consciência limpa, coisa que não possuem.

Quando eu acabo de fazer essas reais abstrações, que foram escutadas, em silêncio, por Expedito, ele, dando um grande suspiro, diz: DOTÔ ISSO É UM BANDO DE FILHO DA PUTA!

A VIDA SOCIAL DOS DEUSES

Aí, diante dessa realidade, me vem uma questão: como será a vida desses Ministros, que não podem frequentar, nenhum ambiente, da sociedade dos normais?

“Andar de avião”, já nos traz o natural receio, provocado pela incerteza de como aquela viagem terminará, em face dos naturais “perigos” que lhe rodeiam, e que muitos são temerosos.

Imagine um desses “sinistros do STF”, que, ao embarcar, não sabe o que, além desse receio, vai encontrar nesse ambiente, povoado de seres diferentes, daqueles que povoam o seu “Olimpo”, e que hoje, verdadeiramente lhes detestam.

Pensando bem, sem querer pensar na mãe deles e nem o que ela imaginou, quando pariu, sobre o futuro daquele que acabou de nascer, eu penso: é Expedito esse povo não sabe do futuro e nem o que é a Justiça Divina.

Vai ter certeza, de que?

É quando Expedito faz sua intervenção: Dotô, o sinhô pensa qui essi povo, só vai sofrê quando chegá lá nos inferno?

Não, Dotô. Êlis sofre é aqui mermo. Tenha certeza disso.

Êlis num tem nem vida. Êlis num véve não, Dotô.

Cadê qui êlis pode ir na feira do Alecrim, do Carrasco, ou das Rocas?

Cadê qui êlis pode ir cumê pexe frito na barraca de Pernambuco, lá du cantu do mangue, pegá a pointe e ir cumê ginca cum tapioca no mercado da Ridinha, cum os herdêro de Dalila, Clidenô e Geraldo Preto?

Cadê qui êlis pode ir cumê caranguejo lá no Banga, ou mermo lá no Clube dos Radioamador, no Bar du Goiamum?

É verdade, Expedito.

Eles não pensam nisso, porém possuem a certeza de que, como Deuses, não há incertezas em suas vidas.

É não Dotô. Êlis é, é infeliz.

É Expedito. Pensando bem: o que será felicidade, para eles?

Através do que ela é representada?

Me lembro então de Raquel, uma amiga minha, que está até aniversariando nesses próximos dias, e fico pensando como ela responderia esses questionamentos.

Certa vez estávamos falando dos bens materiais e sobre a empáfia de determinadas pessoas, e ela me disse: olhe, Tota. Eu não quero possuir mais do que o necessário.

“Nem razão eu quero ter. Eu quero é ser feliz”.

E eu perguntando a ela: e as incertezas da vida?

Receberia como resposta, que, na vida, só temos uma certeza: a morte, que lutamos, diariamente, para que ela seja adiada.

E a infelicidade? Perguntando, ela responderia: Tota, você já viu infeliz ter dúvida da sua infelicidade?

O infeliz finge, para não enfrentar a realidade, e procura transferir aos outros a sua carga de problemas, como forma de disfarçar, a sua infelicidade.

Essa é a certeza deles.

O infeliz, é, antes de tudo, um poço de recalques.

A beleza da vida, foi feita para quem sabe viver, e ela tem que ser conquistada a cada dia.

Essa é a nossa certeza.

Imaginando, tudo isso, eu concluo que Raquel tem razão, e ela, agora, fazendo suas pregações na igreja, deve estar cheia de sabedoria.

Distraído com essas divagações, sou chamado à realidade, quando escuto, Expedito dizer: Dotô, sabi uma coisa qui eu tenho certeza?

Essa “queda de braço” entri o Grande Bolsonaro, o STF e o TSE, vai dá im bosta. Iscreva aí.

Dito isso, sai cantarolando, a caminho de casa, a letra da música Ponta de Faca:

 

Da vida não levo nada,

Do jeito que a vida vem

Depois de fechar os olhos ninguém é ninguém

 

 

 

 

 

Antonio José Ferreira de Melo – Economista, antoniojfm@gmail.com

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