COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DE EXPEDITO O VIRUS CHINÊS E A VACHINA – 

O VIRUS CHINÊS

Passados vários dias sem dar sinal de vida e nem atender ligações, Expedito me liga.

Sinto que deve estar havendo alguma dificuldade, pois ele demora a falar, e eu pergunto o que está havendo.

Então, ele fala que anda sem dormir, em face das preocupações com o vírus chinês, apesar de estar tomando todas as precauções recomendadas, quanto ao uso da máscara, do álcool gel, das providências de lavar as mãos e, em especial, do distanciamento social.

Além do mais, disse que não relaxa, uma lapada de cachaça Extrema, com limão.

Me diz, que, apesar do padre lá da paróquia do Seridó ser comunista, e também ser contra os remédios de Bolsonaro, está tomando a IVERMECTINA, dois dias seguidos e de quinze em quinze dias.

Eu falo, que é assim mesmo que se deve enfrentar o problema, e então, a solução, é aguardar maiores informações sobre o vírus, e quais são as novas providências para escapar dele, inclusive a vacina.

Olha Expedito, diante de um problema, o homem tem a capacidade de inventar soluções e até mudar sua forma de viver, para superar o medo, a depressão, enfim, tudo aquilo que lhe aflige.

Aproveitando, falo sobre uma coisa que li recentemente.

“Todos temos a capacidade de criar estratégias e mecanismos, para nos adaptarmos a um novo estilo de vida e superar o estresse e a depressão”.

Dotô. É purisso qui eu gosto de li escutar. Já fico mais tranquilo.

É purquê sou açombrado cum esses chinês. Tudo o qui esses chinês faz é farsificado.

Astro dia eu só escutei os grito de Marinalva, qui mora aqui pertinho deu.

A filha dela tava brincando cum uma boneca chinesa, ingoliu a chupeta e ficou sem forgo.

Eu corri sem saber o qui era. Pensando nem sei in quê, e qui quando vi, a minina já tava roxa. Imaginei logo qui era ingasgo. Dei uma tapa nas costa dela e ela cuspiu a chupêta.

Divia ser improibido vender esses brinquedo chinês.

Pur conta desse viru chinês, eu nem tô cunsiguindo durmir, e fico pensando nessa tal de “vachina”.

Ontem mermo, vi na televisão que quase metade dos brasileiros num vão se avacinar.

Dotô, o sinhô sabe de uma coisa? Eu tô cum medo de ficar medroso.

Vou lhi contar uma coisa. Passei num sei quantos dia sem saí de casa, e num quiria falá cum ninguém.

Olha Expedito essa pandemia vai mexer com muitos dos nossos costumes. Esse seu exemplo, demonstra isso, muito bem.

As pessoas vão ficar com medo de se movimentar, até mesmo dentro do próprio bairro, onde moram, aqui na cidade, bem como não vão querer viajar para outros estados ou também para outros países.

Eu mesmo que não gosto de ficar trancado em casa, as vezes, fico admirado como estou me acostumando a ficar isolado, sem que isso se constitua em solidão.

Você não lembra que eu fiquei lá em Gameleiras, por quase três meses?

Me alembro sim. Já istava impreocupado.

Pois é. Mas a gente tem que ter a cabeça no lugar e enfrentar aquilo que não podemos mudar.

Segundo dizem, pensando “por baixo”, esse isolamento não terminará antes de 2022, e as pessoas vão, cada vez mais, trabalhar, estudar e se relacionar, se comunicando pelo celular ou pelo computador.

Dotô, o sinhô viu aquela foto da época da “gripe ispanhola”, com um gato de máscra?

Vi Expedito, mas acho que é até uma brincadeira. Veja bem. Naquela época não tinha os recursos de hoje, e morreu muita gente, até que a população mundial ficasse imunizada.

Dotô Antonio, e adespois qui passar tudo isso?

Expedito, essa é uma boa pergunta. Existe uma discussão sobre isso, que conclui que a gente vai ter que se reinventar.

E cumo danado é isso? Vão inventar nois de novo?

É mais ou menos isso.

Quando tudo isso passar, além da gente mudar a maneira de se comportar, nós vamos ter muita vontade de abraçar, beijar e fazer carinho”.

Mas Dotô, eu posso inté num tá fazendo muito. Mais a vontade de abraçar, bejá e fazer carinho, num passô não.

Expedito, muitos relacionamentos vão se acabar, enquanto outros vão ficar mais firmes e vão durar mais.

Mas isso, não é uma regra para tudo.

Quem sabe até se a humanidade não vai se tornar mais responsável e disciplinada?

Como a pandemia deixa todo mundo no mesmo nível, isso provoca uma ideia, de que todo mundo está igual, e faz surgir a solidariedade, como uma forma de proteger um ao outro.

Coisa que só Freud, explica.

E esse homi, tombém é chinês?

Não Expedito. Esse era um homem que entendia da mente humana e dos comportamentos inconscientes.

Olhe. Pode acontecer também, que muitas pessoas, depois de viverem presas por muito tempo, queiram se libertar, para viver intensamente, com a mão na cabeça, para não perder o juízo.

As barreiras de controle sanitário, que foram montadas entre cidades, estados e países, continuarão existindo, talvez, por anos.

É, como se fosse para manter presente, a imagem do medo.

Por outro lado, a crise e o isolamento, vão permitir desenvolver novas habilidades, tanto sociais, como emocionais, resultando em responsabilidade, disciplina, foco, amabilidade, persistência e autocontrole.

Dotô, eu tava inté milhorando, mais agora já tô ficando mais apavorado. Isso é muito cumpricado.

E não é simples mesmo não, meu amigo.

Um filósofo chinês chamado Confúcio, disse que “para conhecermos os amigos, é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça”.

“No sucesso, verifica-se a quantidade e na desgraça, a qualidade”.

Nós estamos passando por um período de desgraça e esse afastamento entre as pessoas faz com que cada um se sinta obrigado a olhar para dentro de si, de se perguntar.

Então, isso vai fazer surgir fragilidades humanas, aparecendo os medos, as tristezas e as angústias, para que possamos valorizar as companhias, os amigos.

Até a natureza sofrerá alterações. Com a economia sem atividades e as pessoas isoladas, diminuirá a poluição, melhorando a qualidade do ambiente e aumentando a consciência ambiental.

Isso é verdade. O sinhô sabia qui lá im Sum Paulo, as fessora iscrivia no quadro da aula, “o ceu é azu, o ceu é azu”, purque os minino só dizia qui era cinzento.

Pois, astro dia, ví na televisão, qui o ceu de Sum Paulo, tava bem azuzinho.

O CHINÊS DÁ A DOENÇA E DEPOIS VENDE A VACHINA

Terminadas essas considerações, ele pergunta: Dotô, e a tá da vachina? E a vachina?

Olha Expedito. De imediato, eu não vou tomar, nenhuma vacina. E essa chinesa, é que eu não vou tomar, de jeito nenhum, pois tem muita coisa esquisita, por trás disso tudo.

Não vou tomar, em primeiro lugar, porque nenhuma dessas vacinas, pode dar qualquer garantia de sua eficácia, uma vez que o tempo de testes, é insuficiente.

Depois, porque umas tem sua forma diferente, uma vez que age na modificação do DNA das nossas células, mexendo com a nossa estrutura genética.

Trocando em miúdos, não se sabe o que pode acontecer.

Tá certo, tá certo, concorda ele.

Uma vacina precisa de pelo menos 7 a 8 anos para obter a comprovação de sua eficácia, e quem tomar qualquer dessas vacinas, não tem nenhuma segurança de que vai ser para melhor.

Olha Expedito. Eu estou dizendo tudo isso, porém, quem tem ideia fixa, é doido.

Ultimamente, tenho conversado muito com médicos amigos, e já estou começando a pensar, que o pior, é não tomar.

Sabe João Dantas? Joãozinho Gago? Ele participou dos testes de uma dessas vacinas e não aconteceu nada com ele.

Dotô, e Seu Joãozinho num piorou, não?

Nossa Cinhora. Juizo alí é pôco. O sinhô sabe qui tem lugá aqui no Siridó, qui, im baxo de cada xexo, tem um doido? In baxo de uns num tem, purquê fôro pra Natal.

Não, Expedito. João não piorou não.

Também, ele não sabe se deram, para ele, a vacina “de mesmo”, ou um placebo.

Dotô e Seu Joãozinho também tá nessa? Eu pensei qui ele só gostava di mulé.

O que é isso Expedito. Placebo é uma dose que não tem nada de remédio dentro. É uma estratégia que faz parte do teste. Depois, eu lhe explico.

Tá certo. Assim é outra coisa.

Voltando a minha indecisão de tomar ou não tomar a vacina. Se fosse naquele tempo das vaquejadas, eu não tomava não. Mas, agora, que eu já tenho 75 anos, se modificarem, o DNA das minhas células, não vai dar mais tempo de muita coisa não. Tem pouco forró pela frente.

Portanto, o caso é esse: “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”.

Então, se eu tomar a vacina do morcego, é imaginando que vou beber uma dose de rum Bacardi, que tem um morcego no rótulo.

COISAS DO CARIBE – O RUM

Expedito, você sabe por que tem o morcego no rótulo da garrafa do Rum Bacardi?

Sei não Dotô. Di rum eu num intendo nada.

Pois eu vou contar, pra gente terminar o papo, saindo dessa história de vírus chinês.

A cana de açúcar foi levada para o Caribe por Cristóvão Colombo, no final do século XV, e, como consequência, surgiram as atividades de produção de açúcar, naquelas ilhas.

Ocorre que, no processo de fabricação do açúcar, resulta o melaço, e diz a história, que um pessoal guardou umas barricas com melaço no porão de um galpão, e, depois de um tempo, quando foram retirar as barricas, elas estavam cobertas com esterco de morcego.

O calor produzido pelas fezes, provocou a fermentação do melaço, e, quando destamparam os barris, o líquido resultante deu origem ao rum, que ficou famoso por ser consumido pelos piratas.

Essa história, OUVI em Porto Rico, exatamente na fábrica da Bacardi.

Uma outra curiosidade da história: quando da revolução de Fidel Castro, os dois proprietários da fábrica Bacardí, fugiram de Cuba. Um deles montou uma fábrica em Porto Rico e o outro, veio para o Brasil e se localizou em Recife.

Expedito, pra continuar falando, um pouco, de coisa boa, vou lhe perguntar.

Você sabe qual é a diferença do rum para a cachaça?

Olhe Dotô. De rum eu não intendo e de cachaça, só gosto da Extrema, qui o sinhô compra lá im Pureza e manda pra mim pelo cobrador du onibus. Mais, diga lá, qui eu gosto di aprendê.

A diferença é pouca. As duas bebidas são produtos da cana de açúcar. Só que, o rum é destilado do melaço fermentado, enquanto a cachaça, é destilada, depois da fermentação do caldo da cana.

Ainda bem qui mudamo o rumo da proza, diz Expedito.

Si nois continua cum aquela historia do viru chinês e da vachina, eu num ia drumir mermo.

Agora, não. Já deu inté sono. Vou pidi a uma amiga minha, qui me pidiu aconchego, prá prepará uma lapada de Extrema cum limão, vô jogá um poquinho di conversa fora e cuidá pra ela drumi tranquila, pois ela tem medo de assombração.

Sim, Dotô. Isquici de lhe preguntá o qui era NOM!

Olhe Expedito. NOM é a NOVA ORDEM MUNDIAL, coisa que não dá para lhe explicar com duas palavras.

Pensando bem, se você quer dormir tranquilo, é melhor esquecer esse negócio de NOM, pois isso tira o sono por vários dias.

Vá dar uns cafunés na “nega”, faça o serviço direitinho, e até a próxima.

Inté Dotô. Vô logo, qui ela já tá querendo cuchilá.

Foi então que, com essa história de aconchego, me lembrei de perguntar, e falei: Expedito, e o distanciamento social.

Só escutei a gargalhada, acompanhando a resposta.

Dotô, e a lapada de Extrema cum limão?

 

 

 

Antônio José Ferreira de Melo – Economista – [email protected]

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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