COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DO VERANEIO DE PIRANGI –
A FOSSA DA CASA DE ZÉ MARIA
Meses de dezembro e janeiro, sempre me trazem à lembrança, coisas passadas nos veraneios, especialmente os de Pirangí, que foram plenos em ocorrências e ocorridos.
Algumas coisas já foram contadas sobre as acontecências, mas esse causo, faz merecer voltar ao tema.
O INÍCIO DA PRESEPADA
Passado o fim de semana de brincadeiras, a segunda feira chegou, e era dia de “batente”.
Nessa época, eu era Secretário de Planejamento da Prefeitura de Natal, e contava com a regalia de ter um carro da repartição para me apanhar.
Quando já estou saindo, de pasta 007 na mão e todo arrumado para o trabalho, o meu vizinho, José Vasconcelos da Rocha, à época, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho – que não tinha lá essa obrigação toda de dar expediente – aparece e manda parar tudo, determinando que o motorista fosse embora.
Indaguei a Zé o que estava acontecendo, e ele, simplesmente, disse que não podia ficar sozinho na praia e que, portanto, eu não poderia abandona-lo.
Não houve apelo de minha parte, que lhe demovesse da ideia de não me deixar ir trabalhar.
Eu, que estava fazendo mais onda que dizendo a verdade, “resignadamente”, dispensei o motorista e fui trocar de roupa.
RELEMBRAR E REFLETIR SOBRE O FINAL DE SEMANA
Já sentados no terraço da casa de Zé Rocha, revisamos os últimos acontecimentos etílicos, as brincadeiras de Salvador Lamas, as tiradas engraçadas de Antonio Traíra, de Marconi Furtado e por aí vai.
Durante o papo, era impossível não lembrar das últimas “popas” de José Maria Figueiredo, com relação ao desconforto que a fossa da casa dele trazia.
Nessa época, todas as casas tinham que ter a fossa como solução, para o destino dos dejetos sanitários. Hoje, o problema foi resolvido, com a implantação do sistema de esgotamento e tratamento sanitário, me parece, também, com a construção de um emissário submarino.
A casa de Zé, como todas as que se encontram próximas à beira da praia de Pirangi, foi construída sobre um lençol freático muito raso, e as fossas, como não podiam ser profundas, tinham pouco espaço e enchiam com facilidade, além de sofrerem, inclusive, a influência do movimento das marés.
Parecia até, que o lençol sobre o qual estava a fossa da casa de Zé Maria, era mais raso que os outros, ou a fossa era mais próxima da beira da praia que as outras, pela frequência com que enchia.
Isso lhe deixava irado, devido as consequências desagradáveis que trazia, sendo o mau cheiro dentro de casa, o que mais lhe irritava.
UMA BRILHANTE IDEIA
A casa de Zé Rocha, embora construída num terreno junto ao terreno da casa de Zé Maria, ficava numa situação mais elevada, e, além de não ter o problema da fossa, o terraço era quase um mirante, de onde se visualizava os telhados das casa vizinhas.
Olhando para o telhado do vizinho “popeiro”, “que pega ar por tudo”, a imagem dos canos dos suspiros do sistema de esgoto sanitário, logo nos trouxe a consequente e brilhante ideia de tapa-los.
Isso, não se constituía em nenhuma dificuldade, pela facilidade do acesso, e eu, pequeninho e pesando pouco, não trazia perigo quanto a quebrar as telhas.
Peguei um rolo de papel higiênico, e, fazendo umas bolas, tapei todos os canos.
No final da tarde, quando Zé Maria chegou, disfarçadamente, fomos recebê-lo e reclamamos do mal cheiro que estava exalando de dentro da casa, chegando até a trazer desconforto para a vizinhança, dizíamos.
Embora ainda não estivesse tanto, era o que afirmávamos, e, somente a ideia, já potencializava a raiva dele.
Como é comum, Zé Maria disse logo uma porção de pornografias, colocando a culpa no pedreiro, que tinha recebido o dinheiro para esgotar a fossa e não tinha feito o serviço direito, uma vez que não fazia nem quatro dias, etc., etc.
UMA SOLUÇÃO E UMA APOSTA
Aproveitando a oportunidade para mudar de ambiente, sentamos no terraço, exigindo tira gosto e cerveja gelada.
Para amenizar a raiva dele, prometi que logo cedo do dia seguinte, iria, buscar um pedreiro de minha confiança, para resolver o problema.
Zé Rocha, para ajudar, afirmava conhecer a competência do meu pedreiro, e, para transformar a promessa num compromisso responsável, apostamos uma caixa de cerveja.
O compromisso era que o mal cheiro desapareceria durante a manhã, coisa que Zé Maria não acreditava.
Para mudar de assunto, perguntamos sobre as novidades de Natal, e Zé relatou o que tinha tomado conhecimento.
Assim, satisfeitos, fomos cada um para o seu canto.
Dia seguinte, logo cedo, liguei para a Secretaria, e, como não havia nenhum compromisso sério para enfrentar, fiquei tranquilo para executar o trabalho de tirar os tampões dos suspiros.
Fui para a casa de Zé Rocha e descemos para a casa de Zé Maria, que cobrava a presença do pedreiro para resolver o problema, conforme o combinado e apostado.
Pedindo calma, subi no telhado e, ao retirar os tampões dos canos, a catinga acabou.
Ríamos, os três, sem parar.
Zé Maria, para pagar a aposta, mandou comprar a primeira caixa de cerveja, e começamos os “trabalhos”, para enfrentar mais uma semana de luta.
Antônio José Ferreira de Melo – Economista
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