COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI NATAL CLUBE: O XAROPE –
O Natal Clube, que funcionou nos idos dos anos 50, não tinha nada com as atividades, ditas sociais, para dançar, namorar e nem praticar atividades ligadas aos contatos amorosos.
Era, na verdade, uma casa de jogo de baralho de propriedade de João Medeiros, frequentada pelo que de melhor havia de amantes e viciados no “ofício”.
Faziam parte dos frequentadores, ricos fazendeiros, altos comerciantes, executivos, profissionais liberais, políticos das diversas instâncias e também outros menos dotados.
Afinal, a boa convivência era uma característica do “clube”.
Gololô, Pastel e Antônio Dadão eram funcionários do Clube, que além de servirem as comidas e bebidas atendiam aos mandados dos frequentadores.
Foi nesse ambiente que aconteceu esse causo.
João Aureliano, famoso agropecuarista, grande produtor de coco no Município de Arês, na Região Litoral Oriental do Rio Grande do Norte, era conhecido pelas suas excentricidades.
Bruto, pelas suas exigências, era, no entanto, excepcionalmente bom no tratamento, quando gostava do “cristão”.
Pelo bem ou pelo mal, todos procuravam lhe agradar.
Nesse dia, chegou ao Clube com um grande “difruço”, que significava gripe ou resfriado, no linguajar nordestino.
Bastante incomodado, João Aureliano chama Gololô e manda que ele vá na farmácia comprar um XAROPE.
Diante de uma forte dúvida, Gololô pergunta: Seu João, “o XAROPE é em líquido ou em comprimido”?
Obviamente, todos riram da pergunta, menos Gololô, que não entendeu o motivo da risadagem.
Pastel, que estava fora e não presenciou nada do ocorrido, entra na sala, sem saber o que estava acontecendo.
Foi quando Antônio Dadão, o outro funcionário, querendo fazer parte do grupo gozador, se dirigindo ao colega que chegava, disse: Pastel, Dr. João mandou Gololô comprar um xarope e ele perguntou se era em líquido ou em comprimido…
Pastel, “sabiamente”, se posicionou em favor do colega que estava servindo de gozação:
TÁ CERTO ELE.
É MELHOR PERGUNTAR ANTES, DO QUE DAR DUAS VIAGENS.
Antônio José Ferreira de Melo – Economista – [email protected]