COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: O BAR DIA E NOITE –
GASOLINA, MEUS OVOS, GASOLINA, MINHA TORRADA, GASOLINA, O MEU MISTO, GASOLINA, CADÊ O SUCO? GASOLINA, PQP FAZ MEIA HORA QUE PEDI, NÃO VENHO MAIS NESSA M., ISSO É UMA ESCULHAMBAÇÃO!!!, P. TÔ MORRENDO DE FOME!!!
Assim era o coro que se ouvia nos finais de noite, no BAR DIA E NOITE, e Gasolina, o garçom, não se alterava.
Por que GASOLINA? Simplesmente porque herdou o apelido de um outro funcionário, que foi embora.
O nome do dono, juro que não me lembro. Antes de terminar esse artigo, vou ligar pra Arturzinho ou Carlos Limarujo, e perguntar.
Porém, o nome GASOLINA é inesquecível. Ele era a personificação da ideia do que se pretendia para aquele espaço físico. Não sei por onde ele anda, mas tenho sua imagem perfeitamente preservada na minha memória.
Apesar de ser oriundo do interior, da Praia de Baia Formosa, Gasolina era uma cara elegante, na postura física e no tratamento. Mesmo assim, certa vez foi injusto comigo. Numa entrevista, ainda no século passado, lembro que ele declarou que eu e Arturzinho éramos dois dos clientes mais amarrados do Dia e Noite. Enquanto isso, disse que havia um homem que, quando chegava, “corria tudo frouxo”, pagava para todo mundo e dava gordas gorjetas. Era o industrial Roberto Freire, homem que fez parte da boemia natalense, junto com Luiz de Barros, seu amigo inseparável.
Gasolina não entendia que vontade de dar gorjeta eu tinha. Eu não tinha era dinheiro!!!
O Dia e Noite não era uma lanchonete e não era um bar. Era um local situado num certo ponto da cidade do Natal dos anos 60 e 70. Um espaço democrático, onde no final das farras ou não, os bebedores ou não, porém notívagos, se encontravam, como que atraídos por uma força magnética.
Foi ali que certa vez, Mauricio Carielo, com o seu físico avantajado, para demonstrar insatisfação com a demora do pedido levantou a mesa que bateu no teto, quebrando parte do gesso. De outra vez enfrentou os soldados da rádio patrulha, que só pararam de apanhar com a chegada do Coronel Dagoberto, seu tio.
Era ali que Artur, aos berros, fazia o seu pedido tradicional: 4 ovos fritos e um suco de laranja. Quando demorava, o que era normal, ele gritava, de brincadeira: GASOLINA SUSPENDE OS OVOS E PASSA A LÍNGUA!!! Veja bem. Artur era um dos que não bebia.
Era ali que o grande compositor PAU DE ARARA, revelava, nos seus momentos de lucidez, a autoria de suas músicas, que, por necessidade, era obrigado a vender aos “grandes compositores”.
Lembro muito bem de sua revelação sobre a música CARCARÁ, que foi sucesso nacional, e João do Valle é o “autor”, oficialmente divulgado.
A interpretação mais famosa foi na voz de Maria Bethânia.
CARCARÁ PEGA MATÁ E COME…
Tinha um detalhe que eu guardava na memória: Pau de Arara disse que, originalmente, denominou a música como CARÁ, CARÁ, e eu não sabia o porquê. Agora, movido por essa dúvida de mais de 50 anos, e para não escrever besteira, fui perguntar ao Seu Google, e encontrei a resposta:
“Também conhecido como CARACARÁ, carancho…, o CARCARÁ é um parente distante dos falcões”.
Sim, o nome do dono do Bar Dia e Noite era Nilton.
Antônio José Ferreira de Melo – Economista –antoniojfm@gmail.com
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Gasolina deixou profundas saudades !