COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: O ESTRESSE E AS COISAS DA VIDA – Antonio José Ferreira de Melo

COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: O ESTRESSE E AS COISAS DA VIDA –

BOM DIA COM ESTRESSE

Essa minha vidinha de hoje, com essa felicidade espontânea, me traz pensamentos bons e diversos.

É como gosta de dizer, o meu amigo Rui Cruz, lembrando do seu amigo Cuca, que, quando queria “zoar” de determinadas situações, dizia: “Ô VIDINHA BOA APERREADA…”

Hoje, acordei pensando em estresse, coisa que eu não tenho, mas, já tive.

Expedito, outro dia, me falou sobre estresse, que ele chama de “apereio”.

Me dizia: ô Dotô, já viu como é bom, acordá, sem tê ninguém prá lhe apurinhá ou lhe aperiá?

E falava que teve tempo em que passava “aperreio”, desde logo que acordava, pois tinha que começar a responder “questionário”.

Dormiu bem?

Ora meu Deus, dizia ele: diga mermo se interessa a arguém, se você drumiu bem ou máu?

Se drumiu máu. Vai fazê o que?

Vai se deitá ôtra vêis, prá apagá a noite máu drumida?

E dizia: se drumiu bem ou máu, só interessa a ocê, homi de Deus.

E eu falei: é verdade Expedito. Eu mesmo, logo quando acordo, nem de falar eu gosto.

Ainda mais, nem bem abrir os olhos, já ter que fazer um retrospecto da noite, para saber se o sono foi bom ou não, se sonhou com coisa boa ou ruim, se acordou durante a noite, aí, é demais.

Ora meu Deus, se ainda nem se alevantô prá mijá. Diz ele, complementando.

Você tem razão Expedito. Afirmo, para valorizar o tema.

Como ele gostou do assunto, foi em frente.

Dotô, inda nem bem o cristão se acentô na mesa, pra tomá o café da manhã, lá vem mais “qestiônaro”, e cum hobservação: qui cara feia é essa? Nem cumeu ainda, e já parece qui num gostou?

Ora, ora, o qui eu dixe, pra pessoa ví cum essas pregunta?

Ói Dotô, isso é prá dexá as pessoa se adefendendo.

Isso, é preparando argum gópi, como diz Fatão.

Se logo depois do café, você vai escová os dente, lá vem o qestiônaro: já vai sair? Nem bem a cumida sentô nu buxo?

Vais prá onde?

Tô discunfiando qui você tá cum arguma arrumação lá pelo cumérço.

Vôtis, nem é bom mim alembrá.

Meu Padim Padri Ciço, mim deu o livramênto desse tróço, e, Deus mim livre, de arrumá ôtra dessa.

O CELULAR E O ESTRESSE

Dotô e o tá du telefone celulá?

Se alembra do tijolão?

Ali sim, é qui era telefone.

Sirvia prá telefoná, e pronto.

E inda era uma arma.

Quando eu ia prá Natal, nem pexêra, eu levava. Tava cum o tijolão, tava armado. Quarqué coisa, era só dá uma cacetada cum ele.

Essis di hoje, é tudo fragi, quarqué batida já quebra, e num é só um telefone. É maquina de tilografia, fáis conta, tira retrato, e mais uma ruma de coisa. Só num fais, falá pur nóis.

Achu inté, qui já fala.

Essa praga é boa, mais é como um xucaio, qui arranjaro prá nóis.

Prá onde nóis vai, a praga vai acompanhando, e diz até onde nóis tá.

Até um tá de GPS, ele tem.

Uma veis, a muié, cum discunfiança, qis oiá pur onde eu tinha andado.

Arrebolei o aparêio nu muro, qui foi pedaçu, prá todo lado.

Aí eu dixe. Pronto. Vá vê agora.

Dotô, as vêis, nós tem qui fazê, assim.

Dotô, as vêis, nóis pricisa sê bruto, sinão essi povo si iscânxa in nóis.

Ói Dotô. O sinhô sabi qui nóis é curpado pur muita dessas coisa?

Nóis é curpado, purquê nóis acustuma máu.

É verdade Expedito. A vida já me ensinou muito, e eu ainda tenho muito que aprender, para tratar com essas mulheres, que já são, mal amadas, pela própria natureza.

Elas são pessoas tristes, que se sentem traídas pela vida.

Dotô, hoji, nóis precisa aranjá namorada, qui seija cocientes de sua capacidade, e nem si incomodi cum essa istória de sabê pur onde o namorado andô.

E tem mais. Aranjá namorada qui nóis si incontre, vá prus bar e restorante, pru cinema ou pru tiatro, e adespois du bem bom, elas pegue o carro e vá simbora, e pronto.

Filicidade prá todo lado.

Si, nas continuidade, as coisa dé certu, vai demorando.

Vida boa, é assim Dotô.

Sem apereio.

AS VIAGENS E O ESTRESSE

Expedito fala, se referindo as viagens, que, o bom, é fazer passeio, livre de aperreio.

Diz ele. Dotô viajá cum essas muié, máu acustumada, pur nóis, é pobrema.

O sinhô já viu, qui elas só qué ir, aus contrário di nóis?

Só iscoie o restorante, qui nóis num qué.

Si a gente qué andá, ela diz qui tá cançada. Si a gente tá cançado, ela diz qui qué andá.

Diferente das namorada.

A gente diz, vamo? E elas diz, vamo.

Agora, me alembrei di Sinval.

Já di muito tempo, ele dizia qui, quando viajava cum a muié, tinha qui levá uma mala inorme.

Mas, as rapariga, leva só uma borcinha, qui cabi, sapato arto e rastêrinha, vistido di festa, roupa di ir pra praia, tudinho, dentro dessa borcinha.

Kkkkk

Sinval, tem cada sabiduria…

Cadê aperreio?

Ainda me alembro, qui Zefa, quis comprá uma mala inorme, prá passá uns quinze dia, na casa de uns parente dela, no Ceará.

Dotô, a mala mim cabia dentru.

Entonces, eu falei, pra ela: compri, mais arranji um macho bem grande, pra carregá.

Já pensou?

Ô tempo rim, Dotô.

Hoji, viajo cum as minina, sem aperreio ninhum.

Ô tempo bom, Dotô.

A FALTA DE DINHEIRO E O ESTRESSE

Dotô, o sinhô já passou aperreio pur farta de dinheiro?

Expedito, quem danado não já passou, por esse tipo de estresse?

Só se for Elon Musk, aquele cara, amigo do Bolsonaro, que vai colocar internet nas escolas da Amazônia e fiscalizar os desmatamentos e o contrabandos.

Você sabe, que ele comprou o Twitter por 44 bilhões de dólares, e assim mesmo, chegou a suspendeu a compra, para examinar se o negócio “tinha futuro”.

É Dotô, eu sei. Mais, quando ele tiver um aperreio, vai ser bem grandinho.

Kkkkk

O ESTRESSE HOMOFÓBICO

Conversando com Expedito, falo sobre as coisas, que hoje, são classificadas como homofóbicas.

Com todo respeito à diversidade, até porque, se houver qualquer coisa contra, é motivo de processo e até prisão.

Na verdade, está difícil a convivência, com certos casais, pois, qualquer opinião, pode significar um crime de homofobia e o estresse é grande.

Antigamente, era possível distinguir as famílias. Era fácil identificar os pais, que era o pai e a mãe, um homem e uma mulher, e os filhos, cujas características levavam a comparar com os seus genitores.

Assim, se identificava, quando eram brancos ou negros, cabelos pretos ou louros, cabeça grande ou pequena, nariz afilado ou não, e por aí vai.

Agora, o negócio complicou. Os pais, são duas pessoas, que podem ser do sexo masculino ou do sexo feminino, e os “filhos”, que os acompanham, possuem características, as mais diversas.

Portanto, complicou, primeiro, porque duas pessoas do mesmo sexo, não conseguem reproduzir, e depois, as características dos “filhos” não reproduzem os caracteres daqueles que seriam os seu pais, uma vez que são filhos, por adoção.

É isso que estamos a presenciar na nossa atual sociedade, criando, de fato, uma dissociação, entre o que era normal de antigamente e o novo normal.

Tenho presenciado, e até cometido gafes, ao tratar sobre assuntos, que divergem da opinião de pessoas que defendem a homossexualidade, ao participar de um papo amigo, quer seja nos bares da vida ou em reuniões sociais.

Daí, a ocorrência de estresses, nesses encontros, quando devemos nos cercar de cuidados, para não cometer “erros”.

Ouvindo tudo, com atenção, Expedito resolve falar, e diz: é Dotô. Se alembra daquela inspresão qui dizia qui “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”?

Lembro Expedito. Essa expressão foi cunhada por Euclides da Cunha, no célebre livro, “Os Sertões”.

Apois Dotô. Quando eu vejo, agora, certus homi du certão, cheio de gestu amulherado, eu pensu assim: meus Deus, ondi nóis chegamu.

Olhi Dotô. Astro dia fui vê uma currida de boi, e diga aí, quem curria mió? Arrespondo logo: as muié.

Dotô, num si fáis mais homi, comu antigamente.

Dotô, se alembra da musca “Último Pau de Arara”, de Luiz Gonzaga qui diz: “a vida aqui só é ruim, quando não chove no chão…”?

Se fôssi só isso, Dotô, tava bom dimais.

As coisa pasô dus limite. Inté de uma cumadre minha, tô discunfiando.

Meu Deus!

Olhi, já tá me fartando a paciênça, e eu vô incerrândo o papo, puquê eças cunversa, mim dá uma tristeza danada.

Bom mermo Dotô, é um pá de urêia, de muié nova, prá sirvi di cubertô.

Comu diz as minina, lá da facurdade: fui!

Antes que eu desligue, escuto Expedito gritar: Rosália ou Rosália, vai lá na friza e tráis aquela garrafa de Extrema, qui o Dotô Antonio mandô, e vamo tumá uma lapada, pra fazê um amôzinho, bem gostoso, e isquecê esses apereio da vida.

E eu fico pensando, comigo mesmo: Expedito é que tem razão. Estresse, não faz bem a ninguém, e um cobertor de orelha tem o seu valor.

Alô, tá tudo bem com você? Com esse tempo chuvoso e frio, que tal, um vinho hoje à noite? Podemos jantar juntos? Ótimo.

 

 

 

 

Antônio José Ferreira de Melo – Economista,  antoniojfm@gmail.com

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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