O governo do Rio Grande do Norte discutiu com prefeitos e empresários, nessa terça-feira (16), a edição de um decreto com novas medidas restritivas para tentar conter o avanço da Covid-19 e a pressão por leitos no estado.
A perspectiva é de que o documento seja publicado ainda nesta quarta (17), quando acaba a vigência do último decreto emitido pelo governo, que determinou toque de recolher das 20h às 6h nos dias de semana e integral (de 24 horas) aos domingos.
Apesar das medidas já em vigor, a ocupação dos leitos críticos permanece alta no Rio Grande do Norte, acima de 90% e fila de espera com mais de 100 pacientes aguardando por uma UTI. Por isso, o comitê científico do estado emitiu recomendação para que o governo faça mais restrições. As medidas sugeridas não foram divulgadas.
O comitê científico também recomendou que os municípios sigam as medidas restritivas do Governo do Estado e não flexibilizem, de maneira individual, suas ações.
Nesta terça-feira (16), o governo se reuniu com prefeitos e empresários e afirmou que vai analisar as propostas apresentadas pelos gestores municipais antes de editar um novo decreto.
Segundo o governo, desde março do ano passado, quando foi decretada calamidade sanitária – e já contando o de agora -, o Governo do RN emitiu 44 decretos normativos para o combate à doença, além de medidas voltadas ao remanejamento de orçamento.
Leitos
Ao destacar a gravidade do quadro, a secretária adjunta da Saúde, Maura Sobreira, disse que o RN tem mais leitos atualmente do que tinha no pico da primeira onda da pandemia, em junho de 2020, mesmo assim a abertura de novas UTIs não consegue atender à demanda.
“Em junho do ano passado tínhamos 216 leitos de UTI e hoje temos 350 leitos críticos. Neste momento, temos 120 pacientes aguardando UTIs e as UPAS (unidades de pronto-atendimento) estão lotadas. A velocidade de transmissão da doença é muito maior que a nossa capacidade de instalar novos leitos, daí a necessidade de medidas protetivas para o achatamento da curva”, afirmou.
Durante a reunião, prefeitos alegaram dificuldades para renovas os estoques de oxigênio para atendimento de pacientes com Covid-19 e outras doenças. Sobre as dificuldades para aquisição de oxigênio, Maura informou que o assunto já está sendo tratado por uma força-tarefa da Sesap.
Vacina
Ainda de acordo com o governo, a melhor solução para a resolução da pandemia é a vacinação da população. “O impacto é tão grande (da vacinação) que a gente não está vendo hoje os idosos mais velhos que tomaram as duas doses da vacina, e também, profissionais de saúde que já se vacinaram. O que vemos é que pessoas com menos de 60 anos são mais volumosas nas internações. E a principal explicação para isso é a vacina”, observou o diretor geral do Hospital Giselda Trigueiro, André Prudente.
Fonte: G1RN