Uma operação da polícia cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão, na manhã desta sexta, contra integrantes de facção suspeita de organizar os ataques. De acordo com a polícia, os alvos são ligados à facção ‘Sindicato do Crime’.
A sede da Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, foi incendiada na madrugada desta sexta-feira (17), quarto dia de ataques no Rio Grande do Norte.
O local mais atingido foi o depósito de medicamentos que ficou destruído. A Prefeitura calcula um prejuízo de mais de R$ 10 milhões só em remédios.
“Aqui estavam todos os medicamentos do município para as unidades básicas de saúde. Isso não é um ataque a uma pessoa, é um ataque a toda uma população que precisa desses remédios”, disse o prefeito Eraldo Paiva.
Por volta de 1h20, em São Miguel do Gostoso, dois ônibus foram queimados na garagem de uma empresa privada.
Criminosos queimaram pneus e fecharam a BR-101 durante a madrugada na altura de Canguaretama. Um galpão de reciclagem da cooperativa de Arez também foi incendiado. Para apagar as chamas foi usados o carro pipa de uma usina.
Em São Vicente, cidade a 200 quilômetros da capital, a garagem do destacamento da Polícia Militar foi incendiada. Um ônibus escolar ficou completamente destruído em Pedra Preta após ser incendiado.
Lajes, Arez, Campo Redondo e Montanhas também registraram ataques nesta madrugada.
Autoridades ligadas ao Ministério da Justiça e ao governo do Rio Grande do Norte apontam que duas facções rivais se aliaram –em uma trégua temporária– nos ataques no estado.
O gatilho para os ataques, segundo informações do governo federal, foi a transferência para fora do estado, em janeiro, de chefes do Sindicato do Crime, principal facção no Rio Grande do Norte. Informações da área de inteligência do governo já apontavam a possibilidade de retaliação depois da transferência.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) disputa com a facção as rotas internacionais de cocaína pra Europa a partir do Rio Grande do Norte. A facção, originada em presídios de São Paulo, viu na ação uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições do sistema prisional –houve protesto de familiares em frente a presídios, por exemplo.