Na 26ª fase da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal (PF) cumpre 110 mandados judiciais em oito estados e no Distrito Federal, nesta manhã de terça-feira (22/3). A ação, intitulada “Xepa” é um desdobramento da Acarajé, a 23ª etapa, que atingiu o publicitário João Santana, ex-marqueteiro das campanhas eleitorais da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a mulher e sócia Monia Moura.
Em Brasília, a PF está no hotel Golden Tulip, onde moram vários políticos. O local fica próximo ao Palácio da Alvorada. Ao todo, cerca de 380 policiais federais atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco, além da capital federal. São 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e 04 mandados de prisão preventiva.
Segundo a investigação, foi descoberto um esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas. De acordo com a apuração da PF, o material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos do grupo nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial.
Há indícios concretos de que a Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos.Os investigados que são alvo das ações de hoje devem responder à Justiça por crimes de corrupção, evasão de divisas, organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros. Os que serão conduzidos coercitivamente serão ouvidos nas respectivas cidades, enquanto os presos serão trazidos nesta data para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O nome “Xepa” é uma representação das autoridades policiais que integram o Grupo de Trabalho da Operação Lava-Jato.