1 – Os combates na Síria continuam sendo terríveis. No inicio da semana o regime sírio, bem como o seu aliado russo, intensificaram os bombardeios nas zonas controladas pelos rebeldes, na cidade de Alepo, bem como nas suas redondezas. Esses ataques já levaram à morte 75 civis, em apenas 24 horas. Praticamente todos os combates na Síria ultimamente se localizam em Alepo. E os dois grupos convocaram milhares de combatentes de reforço, para a grande batalha que se aproxima, para a conquista da totalidade da cidade, a segunda em importância do país. O governo de Al-Assad é apoiado pelo Rezbollah, pelo Irã, e principalmente pelos russos. Já os rebeldes, que são os curdos, infelizmente eles estão se aproximando muitos dos extremistas de uma Frente muito semelhante ao Al Qaeda, Nas ultimas horas, os rebeldes sofreram muitos ataques aéreos e o numero de mortos pode aumentar em decorrência dos feridos gravíssimos que ainda se encontram na cidade. E o que é pior, não obstante os bombardeios, é que também os atentados através de carros e homens bomba vem provocando outras mortes, que só nas últimas 24 horas, chegaram a quase uma dezena.  Houve bombardeios noutra cidade, controlada pelo Estado Islâmico, efetuado por caças russos, que lançaram bombas, destruíram seis depósitos de armas, dois Quartéis-generais, e vários veículos dos extremistas, matando um numero indeterminado de combatentes, segundo o Ministério da Defesa russa. A ONU está muito preocupada e pediu o cessar fogo imediato.

2 – A cidade de Alepo, que fica no norte da Síria, é uma cidade mártir, que vive a guerra cotidianamente desde 2011 e encontra-se hoje à beira do caos humanitário. O regime de Assad promove um cerco desastroso e a aviação russa lança suas bombas sem distinção, sobre civis e hospitais. Cerca de 300 mil pessoas estão encurraladas e contam apenas com poucos médicos que resistem no local. Para se ter uma ideia, só havia um único pediatra, que foi morto no mês de abril. E ainda segundo informações locais, o único cardiologista sobrevivente está gravemente ferido. Segundo um enviado da ONU, a cidade dispõe apenas de duas ou três semanas de víveres, em decorrência do cerco e dos bombardeios, que provocaram milhares de mortes. A França e o Reino Unido exigiram o fim do cerco desastroso. A Russia, aliada do regime sírio, anunciou ontem o início de uma operação humanitária unilateral na localidade. A ação provavelmente será inútil, dada a situação local, onde o medo predomina e as pessoas temem sair do que resta das suas próprias casas.  Desde o início da guerra civil na Síria, 300 mil pessoas já morreram, num país de apenas 23 milhões de habitantes. Segundo dados da ONU, 3.5 milhões de pessoas foram deslocadas da Síria para se refugiarem no Líbano, na Jordânia, na Turquia, bem como daqueles que conseguiram chegar à Europa, atravessando o Mar Egeu ou o Mar Mediterrâneo. No Velho Continente esses refugiados não estão sendo bem recebidos, e quase a sua totalidade vive praticamente em prisões a céu aberto. Ontem o Secretário Geral da ONU definiu a situação atual do país como uma catástrofe humanitária, inclusive sem precendentes em Alepo. Ele pediu à Russia e aos Estados Unidos para rapidamente promoverem um acordo de cessar fogo na cidade e em outros lugares do país. Somente ontem bem mais de 50 pessoas morreram em áreas residenciais, dentre elas 5 crianças.

Mario Roberto MeloCorrespondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv

Ponto de Vista

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