1 – Recordo-me que uma vez, Ronald Regan, na época presidente dos EUA, chegou ao Brasil em visita oficial e para ingrata surpresa de todos os que lá o esperavam, cometeu a gafe de chamar-nos de bolivianos. Regan não recordava que estava no Brasil, daí o motivo do equivoco. O presidente da época, Figueiredo o corrigiu de imediato, uma vez que os bolivianos têm reputação de maus vizinhos. Agora, o candidato a presidência da república dos EUA, Kelly Johson, surpreendeu o mundo com a pergunta: “o que é Aleppo?”. Ao ser indagado pelo jornalista Mike Barnicle, apresentador do programa “Morning Joe”, sobre a cidade ao Norte da Síria cercada pelo regime jihadista e que figura nas manchetes do mundo todo, regularmente. O jornalista em choque, perguntou se era uma brincadeira, no entanto, o candidato disse que não conhecia. Com uma expressão frustrada, Barnicle explicou ao político que Aleppo fica na Síria e é o epicentro da crise de refugiados. Minha pergunta ao povo americano é: vocês votariam nele?
2 – A represália do governo turco, liderado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan continua em alta. Desta vez, o presidente suspendeu mais de 11 mil professores por suspeita de terem apoiados os Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Aproveitando a ocasião de início das aulas, que deve acontecer está semana, prejudicando assim milhares de estudantes da região sudeste da Turquia, que vive seu pior período de violência, nessas últimas decadas. Paralelamente a essa atitude, cerca de 130 mil funcionários públicos foram demitidos nas últimas semanas por serem seguidores do clerigo que Ancara considera terrorista, conhecido como Fethullah Gülen.
Nessa quinta-feira (08) a polícia turca lançou uma operação para apreender 151 militares, empresários e servidores públicos, acusados de terem ligação com o clerigo. A Agência Doğan Holding, informou que a promotoria de Istambul ordenou a prisão de 92 pessoas em 15 províncias diferentes. Foram presos, 82 militares, incluindo generais; 1 policial 3 professores e 6 pessoas que não tiveram seus trabalhos revelados. Também foram presos 27 empresários acusados de pertencer a confrafia de Gülen.
Os partidos da oposição e os críticos do governo denunciam que as prisões e demissões se transformaram a uma “caça as bruxas” e afirmam que entre os detidos há pessoas que nunca tiveram ligações com o Fethullah Gülen. Segundo os especialistas que conhecem de perto o presidente, a vingança está só começando.
3 – Um novo episódio que envolve Israel e a Palestina está chamando atenção da mídia internacional. Pesquisadores isralenses afirmam que Abu-Mazen, mais conhecido no ocidente como Mahmoud Zeidan Abbas (presidente da Autoridade Palestina), foi espião da KGB (serviço de espionagem soviético durante a Guerra Fria). De imediato, o governo palestino negou o envolvimento do político, que concluiu seu doutorado em Moscou em 1982, com a espionagem. E acusou Israel de estar promovendo uma campanha de difamação com o objetivo de impedir os esforços que os palestinos vem fazendo para retomar as negociações de paz, que inclusive estão prestes a acontecer.
As alegações feitas pela primeira vez em um canal de TV israelense na quarta-feira (07), surgiram no momento que a Rússia avança com uma oferta feita por Putin no mês passada para sediar em Moscou uma reunião entre Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Segundo o pesquisador do Instituto Truman da Universidade Hebraica de Jerusalém, Gideon Remez, a conexão entre Abbas e a KGB apareceu em documentos retirados da Rússia pelo ex-arquivista da KGB Vasili Mitrokhin em 1991.
Todavia, esses documentos não dão indicação de que papel, Abbas poderia ter desempenhado para KGB ou a duração de seu suposto serviço como agente.
(Mario Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)