O presidente sírio Bashar al-Assad descartou qualquer cessar-fogo na região de Wadi Barada, que alimenta Damasco com água potável, e voltou a negar que a sua saída seja discutida durante as negociações previstas para o fim de janeiro no Cazaquistão. Depois de recuperar a cidade de Aleppo, as tropas do regime bem como o Hezbollah, que é o grupo xiita libanês tido como grupo terrorista pelos Estados Unidos e Europa, conduzem uma ofensiva para expulsar os rebeldes da cidade de Wadi Barada, a 15 quilômetros apenas de Damasco e assim tomar as principais fontes de abastecimento de água para a capital. Os combates ameaçam o cessar-fogo patrocinado pela Rússia e Turquia, que entrou em vigor em 30 de dezembro e que deve ser um prelúdio para as negociações de paz previstas para o final de janeiro, em Astana. O papel do exército sírio é libertar essa área para evitar que os terroristas usem a arma da água para sufocar a capital. Ainda de acordo com Assad, o cessar-fogo é violado porque os rebeldes ocupam a principal fonte de água de Damasco, privando mais de cinco milhões de civis de água potável há três semanas. Além disso, o cessar-fogo não inclui o grupo Estado Islâmico, bem como a Frente Al-Nusra, e a região de Wadi Barada, onde a luta está ocorrendo e é ocupada pela Al-Nusra, logo, não está incluso no acordo de cessar-fogo. Caso as negociações de Astana aconteçam com sucesso, isso pode acabar com a guerra civil que já deixou mais de 310 mil mortos e milhões de refugiados desde 2011. Para a negociadora da oposição Basma Kodmani, “os russos estão, neste momento, sérios e determinados. Eles querem sair do conflito, eles optaram pela opção militar, e foram tão longe que é de seu interesse sair. Eles não podem obter uma vitória total, que duraria anos. Então, agora eles querem uma solução política e que esta reunião em Astana seja credível”. Agora é rezar pelo fim do conflito e que essa carnificina chegue ao fim com a graça de Deus.

(Mario Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)

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