Um grave incidente aconteceu entre Israel e a Síria. A grande surpresa dessa vez foi que o governo da Síria, que não ousava levantar a cabeça contra as forças de defesa do Estado de Israel, pelo menos nos últimos seis anos desde quando o conflito interno começou nesse país árabe, nessa sexta-feira (17) mudou de comportamento. Após a entrada de caças israelenses dentro de território sírio, depois de anos de relativa tranquilidade, as forças de Bashar al-Assad (presidente sírio) revidaram. Logo após a força aérea de Israel ter atacado ontem dentro da Síria algumas posições do Exército que estão associadas ao contrabando de armas para o Hezbollah no Líbano, pela primeira vez uma bateria de defesa do Exército de Assad disparou mísseis contra os caças bombadeiros do Estado de Israel. Esses mísseis foram disparados em direção a Jerusalém e uma bateria de defesa de Israel derrubou um deles na região norte de Jerusalém, tendo parte dos destroços caído no norte da Jordânia. Pelo visto, cerca de três foram disparados. Com isso, metade do país ouviu o alerta através das sirenes e os antimísseis que são chamados de Hetz – em português seria seta ou flecha – foram imediatamente acionados para abaterem os mísseis agressores. Segundo informações dos meios de comunicação internacionais, foram seis caças israelenses que fizeram o ataque para destruir uma fábrica de armamentos perigosos ao norte do país árabe destinados ao Hezbollah, que é fornecido tanto pelo Irã como pela Síria. Como o sistema de defesa da Síria ainda é arcaico, os mísseis só foram lançados contra Israel depois que os caças israelenses já estavam de volta em território judeu. Essa foi a primeira vez que o governo de Bashar al-Assad demonstrou estar testando o sistema de defesa israelense. O problema é que se ele continuar a colocar o Estado de Israel em ameaça, a Síria – que praticamente já não existe – poderá finalmente sumir do mapa se Israel revidar seriamente. Nos últimos anos a força aérea israelense fez dezenas de ataques dentro da Síria a fim de impedir o contrabando de armas estratégicas da Síria para o Hezbollah no Líbano. O armamento, que é fabricado e enviado pelo Irã, tem como objetivo manter uma milícia que ameaça constantemente o povo de Israel.
(Mario Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)