Mais uma polêmica envolvendo o presidente norte-americano, Donald Trump, desta vez o problema envolve os rabinos americanos que protestam contra as palavras do presidente sobre o caso de Charlottesville, cidade do estado da Virgínia que recebeu a marcha neonazista, Trump fez um pronunciamento dúbio em que repudiava os neonazistas que se reuniram na cidade e também, igualmente, dos manifestantes (que estavam lá para fazer frente contra os neonazistas). Os rabinos de importantes organizações dos EUA chegaram a conclusão de que não vão participar de uma telefeconferência com o presidente, que marca anualmente o início das festividades judaicas, acusando Donald Trump de “incitar as vozes do ódio” em suas declarações após um recente protesto neonazista. Vários grupos de rabinos anunciaram que a teleconferência não acontecerá após as declarações ambíguas de Trump que se seguiram a uma marcha de supremacistas brancos e neonazistas em meados de agosto na cidade Charlottesville, na Virgínia, que derivou em violentos distúrbios com contra-manifestantes. O predecessor de Trump, Barack Obama, falava com os rabinos antes do Rosh Hashaná e Yom Kipur, no que se considerava uma tradição não partidária. A rabina Elyse Wechterman, diretora-executiva da Associação Rabínica Reconstrucionista, disse à CNN que a ligação deste ano não será feita por “um tema de liderança moral”. “O antissemitismo presenciado em Charlottesville foi aterrador”, disse na quinta-feira (24), ao destacar que “desde a eleição do presidente Trump houve um aumento de ações desse tipo”.”Desde a sua campanha ele se nega a esclarecer e se distanciar dos antissemitas, dos racistas de toda classe”, acrescentou. Depois do que aconteceu em Charlottesville, Trump foi duramente criticado por evocar uma equivalência moral entre os supremacistas brancos e os contra-manifestantes, dizendo que a culpa da violência estava “em muitos lados”. Uma mulher, Heather Heyer, foi assassinada durante os distúrbios, quando um simpatizante neonazista atropelou com seu veículo uma multidão de manifestantes antirracistas. Judeus proeminentes do governo de Trump – incluindo sua filha Ivanka e seu esposo Jared Kushner – se abstiveram de fazer declarações públicas sobre as afirmações do presidente.
(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)
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