Desde a quinta-feira (16) que um projeto de lei polonês vem causando um grande rebu em Israel. O Primeiro Ministro israelense, Benjamin Netanyahu e os demais sobreviventes do Holocausto repudiaram veementemente a proposta de lei que tornaria ilegal insinuar que a Polônia teve qualquer responsabilidade pelas atrocidades cometidas pelos nazistas em seu país, ou seja, mencionar “campo de extermínio polonês” de Auschwitz, poderá ser preso e cumprir até 3 anos de prisão. O projeto de lei ainda não foi promulgado e pode receber emendas para ações seguidas serem endossadas pelo senado, fato este que ocorreu ontem (1º). Os parlamentares poloneses aprovaram, o projeto de lei que penaliza sugestões de qualquer cumplicidade da Polônia com o Holocausto nazista que ocorreu em seu território durante a Segunda Guerra Mundial, desafiando críticas de Israel e dos Estados Unidos. “Em nenhuma circunstância aceitaremos que se reescreva a história, o que aconteceu em Auschwitz será contado por gerações e gerações para que outra catástrofe como está não se repita no futuro”, disse o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Por sinal, o líder israelense entrou em contato com o presidente polonês, Andrzej Duda. Ambos concordaram em iniciar um diálogo imediato entre as equipes políticas dos dois países para tentar a chegar a um entendimento sobre a legislação. Vale lembrar que antes da Segunda Guerra Mundial a Polônia abrigava a maior colônia de judia da Europa, cerca de 3 milhões e 200 mil pessoas e esse foi um dos motivo pelos quais a Alemanha construiu os campos de extermínio em solo polonês, tanto em Auschwitz, quanto em Treblinka. Calcula-se cerca de 2,5 milhões de judeus aniquilados em campos poloneses, ainda que os arquitetos e executores tivesse sido os invasores alemães. O governo de Varsóvia disse em um comunicado que a legislação visa impedir que o povo ou o Estado polonês seja culpado por crimes dos nazistas. Varsóvia afirma que o projeto de lei não limitará a liberdade para se pesquisar ou falar sobre o Holocausto.

 

(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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