A terrível guerra que assola a Síria desde 2011, com a proximidade do fim do conflito, ao contrário do que se pensava, vê o conflito se intensificando. Acredita-se que chegou a meio milhão de pessoas mortas, o relator da ONU sobre a guerra, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou que a guerra é contra a população civil, violando gravemente os direitos humanos. Na última semana, a comissão presidida pelo brasileiro lançou um relatório em Genebra, em que afirma o crescimento da violência no país. O mais interessante deste documento é que acusa todas as partes envolvidas no conflito. A Comissão acusou a Rússia, por exemplo, pela morte de 84 civis num ataque ao mercado; a coalizão liderada pelos EUA, por ter matado 150 civis que estavam em uma escola; as forças do governo de Bashar Al-Assad, por continuarem a lançar armas químicas e até mesmo os rebeldes, por usarem civis como escudos humanos. Outro aspecto relevante do relatório é quando ele diz que os civis tem sido vítimas colaterais da guerra, mas estes mesmo civis seria deliberadamente atingidos, lembrando que mais da metade da população foi obrigada a deixar suas casas e 13 milhões continuam a necessitar de ajuda humanitária. Fome, prisões arbitrárias, desaparecimento forçados, tortura, violência de gênero, violência sexual e ajuda humanitária utilizada como arma de guerra. O preço dessa guerra para sociedade civil é muito elevado. Paulo Sérgio disse ainda que já são sete anos de conflito e é preciso levar em conta que essas situações terríveis continuam, mas que a ONU está avançando com respeito a negociações em termos de conter ataques aéreos. Ele disse também que desde o final do ano passado não havia comboios humanitários entrando, por exemplo, na região de Ghouta, e isso tem ocorrido nos últimos dias, mesmo com as imensas dificuldades, como foi o caso das tropas do exército sírio terem confiscado toda ajuda humanitária para uso próprio.

 

 

(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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