O presidente Jair Bolsonaro ainda nem assumiu, mas já conseguiu unir os palestinos para criticar de forma explícita e contundente, a intenção do Brasil de trocar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Os dois seguimentos mais importantes da Palestina, que são o Fatah e o Hamas, não se entendiam desde que Yasser Arafat, que foi o líder da Autoridade Palestina, era vivo. Os dois partidos palestinos se juntaram em Hamala, na Argélia, capital diplomática da Palestina e disseram que trata-se de uma medida provocadora, também ilegal diante do direito internacional e que não faz nada mais do que desestabilizar a região. Os palestinos já sabiam dos rumores da mudança de endereço da embaixada, mas só na quinta-feira (01), após ser publicada aqui em Israel no segundo maior jornal em termos de circulação do país a intenção do presidente eleito, Hanan Ashraui, alta autoridade palestina desde os tempos de Arafat, foi a pessoa encarregada do desabafo palestino. Netanyahu, Primeiro Ministro israelense, por sua vez, enalteceu o que chamou de passo histórico em seguir o presidente Norte-Americano, Donald Trump. O líder israelense inclusive parabenizou o colega brasileiro por iniciar essa grande aproximação com o Estado judeu. Pelo lado brasileiro, Bolsonaro justificou dizendo que a capital de um país quem decide é o próprio país, seria como se o Brasil quisesse transferir sua capital de Brasília para o Rio de Janeiro e ninguém tem nada com isso. No momento em que os israelenses dizem que Jerusalém é a capital de Israel, ele não vê problema em fazer a transferência da embaixada. Por último, o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, lembrou o compromisso histórico que o Brasil tem com o direito e a legalidade internacional, lembrando que existem duas Jerusalém, a Oriental e a Ocidental, dando a entender que o presidente eleito do Brasil também reconheça a parte Oriental como sendo a capital dos palestinos.
Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)