As eleições israelenses se encerraram ontem (02) às 22h, horário local, trazendo a surpresa que foi a virada do placar por parte do Benjamin Netanyahu (atual Primeiro Ministro), que inclusive pelas minhas conversas diárias com os ilustres professores pernambucanos, experts no assunto, chegamos a conclusão antes mesmo dos resultados nas urnas, que a tendência seria esta. Prevíamos também um aumento das cadeiras dos deputados coligados, face ao aumento percentual dos eleitores que chegaram para votar espontaneamente, em condução própria. O voto em Israel não é obrigatório. Pelas pesquisas de boca de urna, que nunca falham por aqui, o partido Likud de Netanyahu levava vantagem sobre seu principal concorrente, o partido Azul e Branco de Benny Gantz, entretanto, mesmo juntando todos os aliados, eles somam entre 59 a 60 mandatos, portanto não atinge a maioria de 61 cadeiras no parlamento. Até agora, com cerca de 75% dos votos apurados, o placar aponta 37 assentos para Netanyahu e 33 para Gantz, logo a chave do problema e consequente solução, se encontram novamente nas mãos dos conservador Avigdor Lieberman, que já se antecipou que não se unirá a Benjamin Netanyahu, bem como a Benny Gantz, caso este traga para a coalizão os partidos árabes. Também como havíamos previsto, a possibilidade de uma quarta eleição é bem possível, lamentavelmente. É uma catástrofe para Israel que está praticamente parada por mais de um ano e desperdiçando por cada eleição cerca de 2,5 bilhões de reais, ao invés de construir estradas, hospitais, escolas, entre outras coisas, prejudicando a economia do país. Então, a última hipótese seria a união entre os dois candidatos expoentes, formando uma coalizão forte e numerosa, no entanto, o ego dos dois não está permitindo se tornar real e mesmo que Netanyahu consiga realizar a coalizão com os pequenos partidos de direita e extrema-direita, na primeira divergência entre eles, um ou mais se retirariam da aliança e automaticamente não teria o número mínimo para continuar o parlamento. Assim, haveria a necessidade óbvia de dissolução do mesmo e novas eleições. Concluindo, a justificativa para a queda de Benny Gantz, foi possivelmente a traição do seu assessor e coordenador da campanha, que divulgou uma gravação telefônica em que ele afirmava que Gantz não teria coragem de atacar o Irã, em caso de necessidade estratégica, fazendo com que  o candidato desmoronasse na votação. Em breve, no final da tarde aqui de Israel, quando a apuração se encerrar, saberemos quem será o vencedor.

 

 

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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