Pela primeira vez em trinta anos que eu moro aqui em Israel começo a ver pedinte nos semáforos, ouvir e ver nos noticiários, tanto do rádio, quanto da TV, relatos de denúncias de pessoas roubando em lojas ou supermercados. Tudo isso depois do caos econômico que surgiu com o novo coronavírus em Israel e no mundo todo. O pior ainda estar por vir, porque de acordo com os especialistas até o fim de 2020 o número de morte relacionadas a fome no mundo chegará a 37 mil por dia, está previsão consta no relatório da ONG Oxfam, divulgada com base em dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Para se ter uma ideia do aumento, no ano de 2019, as mortes diárias em razão da crise alimentar chegaram a 25 mil, mas os efeitos da pandemia devem ampliar em 12 mil o total neste ano – alta de 48%. Este estudo indica que os casos mais graves se concentram em nove países e uma região onde vivem 65% da população global em situação de crise alimentar. A maior parte está em áreas de conflito, na África e no Oriente Médio, mas países como Brasil, Índia e África do Sul também terão de lidar com aumento da fome. No mês passado, a ONU estimou que a pandemia jogaria mais de 49 milhões de pessoas na pobreza extrema. Este número de pessoas expostas a uma grave insegurança deverá crescer ainda mais e a queda de um ponto percentual no PIB global significa mais de 70 mil crianças desnutridas, ou seja, o caos está muito próximo.

 

 

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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