Pra quem já presenciou um tsunami, o que impressiona mesmo é a segunda onda e tudo indica que Primeiro Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está perdendo o trono para o novo coronavírus. A população, incluindo àqueles que sempre apoiaram o Primeiro Ministro mitológico do partido de direita Likud, não aguentam mais outro isolamento social tão pretendido pelo Premier, principalmente porque todo o sacrifício feito na primeira onda não surtiu feito, ratificando o que foi dito aqui em abril, quando eu repeti as sábias palavras do amigo e professor, Gabriel Barabash, que havia alertado que o confinamento não garantiria o fim da disseminação da covid-19 e sim um adiamento da proliferação. A solução para a doença seria a criação de uma vacina, que por sinal, também não se sabe se resolverá a séria pandemia que assola o mundo. Desde a última terça-feira (14), milhares de pessoas começaram a se reunir em Tel Aviv, bem como em Jerusalém, para protestar contra o fechamento do comércio, porque a única coisa que isso trouxe, até agora, foi agravar a crise econômica, ocasionando um desemprego de cerca de 5% da população ativa aqui no país judeu. Já é possível ver pessoas pedindo esmolas nas ruas. Ontem, o tribunal que irá julgar Benjamin Netanyahu se reuniu e decidiu a data de seu julgamento, será em janeiro de 2021, o povo aproveitou o ensejo para explorar esse lado negativo do Premier. Vale lembrar que Netanyahu sugeriu ao ex-primeiro ministro, Ehud Olmert, que renunciasse ao cargo após ser denunciado e consequentemente condenado por corrupção, quando este ocupava o cargo de líder político do país judeu. Nos gritos dos manifestantes também se ouviam palavras elogiosas para o professor Gabriel Barabash, que inclusive deve ser nomeado para dirigir as questões sobre a Covid-19 aqui em Israel, com autonomia, acima do Ministro da Saúde, já que ele é o grande conhecedor do assunto por aqui e nunca foi favorável ao lockdown, da mesma forma que o presidente do Brasil.

 

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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