Há mais de dez dias os ânimos entre palestinos e policiais israelenses vem se acirrando veementemente. Na última sexta-feira (07), quando a polícia israelense decidiu impediu a entrada de palestino pelo portão de Damasco, que dá acesso a mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, um dos locais mais reverenciados pelo islamismo, no dia mais sagrado para o Islã. Os palestinos então se alteraram e atiraram pedras nos policiais, iniciando assim um confronto físico que culminou em quase 300 palestinos feridos, dos quais quinze foram levados aos hospitais.
Os palestinos, bem como todo o Mundo Árabe, se reúnem na última sexta-feira (07) do feriado do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.
Segundo os especialistas, que torcem pela redução da violência, afirmaram que o último final de semana foi um dos piores dos últimos anos. Inclusive, o Hamas já disparou mísseis da Faixa de Gaza contra a cidade de Ashkelon, no sul do país, um dos foguetes foi interceptado e outro que caiu não causou mortes ou danos materiais.
O Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, o diplomata norueguês Tor Vennesland, exortou todas as partes a “respeitarem o status quo dos locais sagrados na Cidade Velha de Jerusalém para o bem da paz e da estabilidade”.
Como não poderia deixar de ser, a Turquia, o Irã, a Arábia Saudita, a Jordânia e o Egito teceram duras críticas a Israel e em vários locais foram queimadas as bandeiras israelenses.
Nessa terça-feira (11), as agressões continuaram e muitos palestinos foram levados aos hospitais, feridos por balas de borracha. Para complicar as coisas ainda mais, ontem foi comemorado a data festiva da cidade de Jerusalém e o superintendente da polícia de Israel pediu aos judeus para não comparecerem a Cidade Antiga. Por fim, outro aspecto que pode complicar as relações entre palestinos e israelenses é o sucessivo envio de balões incendiários contra o território de Israel. Só nesse final de semana dezessete grandes incêndios foram registrados, causando grande prejuízo para agricultura.
Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)