O Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pode estar muito próximo do fim de sua permanência como premiê, após tratativas da oposição.
Nesse domingo (30), o líder da extrema direita, Naftali Bennett verbalizou seu apoio a um governo de mudança, para destituir o atual primeiro ministro, Netanyahu.
O líder da oposição, Yair Lapid, que recebeu a incumbência de formar um novo parlamento israelense, tem até quarta-feira (02) para apresentar uma coalizão com no mínimo sessenta e uma cadeiras.
Tudo isso aconteceu após Benjamin Netanyahu não obter sucesso na formação de uma maioria no parlamento. E caso Lapid não conseguisse essa maioria, que ao que tudo indica agora existe, o Estado de Israel entraria em um novo processo eleitoral, que seria a quinta eleição em dois anos e dois meses.
A aliança entre partidos de direta, centro e esquerda, incluindo árabes no governo israelense está muito próximo de ser real. As chances de sucesso de Yair Lapid que residiam em Bennett são suficientes para dar a ele o status de fiel da balança.
Pelo diálogo de ontem, Naftali Bennett, substituiria Netanyahu de 71 anos de idade, no cargo de Primeiro Ministro e mais tarde daria lugar a Lapid, em um acordo rotativo.
Os diversos membros da nova coalizão teriam pouco em comum além do desejo de encerrar a gestão de 12 anos de Netanyahu, o líder mais longevo da história de Israel, atualmente em julgamento por acusações de corrupção.
A grande pergunta agora é saber como uma salada de ideologias poderá dar certo? Esta coalizão que seria tipicamente anti-Netanyahu é muito frágil e exigiria o apoio externo dos membros árabes do parlamento que se opõem a uma grande parte da agenda de Bennett, que inclui mais construções de assentamentos na Cisjordânia ocupada e sua anexação parcial.
Eu só acredito que isso dê certo se esse aspecto de divergência da ocupação se congele e a coalizão se concentre unicamente na recuperação da economia que foi extremamente afetada pela pandemia da covid-19 e recentemente, a guerra com o Hamás, deixando de lado todas essas questões que os membros discordam, como o papel da religião na sociedade e as aspirações palestinas por um Estado.
Entretanto, ainda é cedo para se ter uma decisão final, porque Benjamin Netanyahu fez uma contra-oferta tripla ontem (30). Após o pronunciamento de Bennett, onde o Primeiro Ministro propôs que os três líderes da direita Gideon Saar, Naftali Bennett e o próprio Netanyahu se juntasse em uma unidade de governo e cada um assumisse como Primeiro Ministro por um período. O ex-ministro do Liduk, Gideon Saar, rejeitou de imediato a proposta afirmando que seu compromisso e sua posição não mudaram.
Portanto, isso significa que os dias áureos de Benjamin Netanyahu na liderança do Estado de Israel estão chegando ao fim.
Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)