Após a retirada desastrosa das tropas americanas, o inferno está no Afeganistão. Por isso, trinta mil pessoas já saíram do país, em sua grande maioria de americanos. Aqueles que lá ficaram estão presenciando mortes no aeroporto internacional de Cabul, que já atingiu cerca de vinte pessoas, mortas por tiro, pisoteamento, ou mesmo desidratação, devido ao grande calor que faz nessa época do ano.
A falta de esperança das mulheres que estudam nas faculdades afegãs é visível. E até mesmo quando as mulheres conseguem fugir a falta de sorte acompanha. Foi o caso de uma mulher que deu a luz dentro de um cargueiro, sem as mínimas condições necessárias de conforto e segurança. Devido ao ocorrido, o piloto teve de voar em baixa altitude, para diminuir a pressão a bordo e trazer uma melhor oxigenação para gestante e seu recém-nascido.
No último sábado, sete pessoas morreram esmagada contra os portões do aeroporto e o talibã responsabilizou os EUA pelo caos no aeroporto, onde milhares de afegãos tentam fugir do país. Nesse domingo (22), por exemplo, até soldado afegão morreu em tiroteio que homens armados, não identificados, provocaram no local. Para piorar a situação no comportamento dos militantes do talibã, aqueles que tentam escapar de lá, a União Europeia disse que não reconhece o regime talibã como oficial. Já os EUA, pediram aos cidadãos americanos que evitem se aproximar do aeroporto até que a situação se acalme mais e assim os norte-americanos possam sair oportunamente com mais segurança.
Outra medida para apressar a saída dos americanos é a convocação de empresas aéreas privadas dos EUA, para que a evacuação seja mais organizada e rápida. Este empréstimo dos aviões estadunidenses foi determinado pelo pentágono e as empresas estão obrigadas a realizar essa operação de resgate.
Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel