Desde a chegada do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, os confrontos na explanada das mesquitas vem aumentando, fazendo um grande número de feridos e inúmeros atentados.

Ontem (17), a polícia israelense subiu a explanada das mesquitas em perseguição aos palestinos que atiravam pedras em um ônibus. Um motorista e alguns passageiros dos ônibus ficaram feridos.

Só ontem, mais de vinte pessoas foram detidas pelas forças de segurança do país. Os manifestantes palestinos enfrentaram policiais.

O local em que fica a explanada das mesquitas é também considerado o lugar mais sagrados para os judeus. Era neste espaço, na Cidade Velha de Jerusalém, em que existia um templo sagrado, destruído pelo império romano, restando apenas o muro das lamentações. A grande mesquita, local de peregrinação e devoção muçulmana, foi construído também no mesmo lugar.

Até 1967, a cidade velha de Jerusalém era tida como território palestino e após a guerra dos seis dias, Israel anexou a parte oriental da cidade ao seu território.

O primeiro ministro israelense, Naftali Bennett, deu carta branca para as forças de segurança israelense para manter a ordem. Do outro lado do Mar Mediterrâneo, a Turquia condenou a ação de Bennett veementemente. O presidente turco, Recep Erdoğan, taxou a intervenção de provocação inaceitável aos fiéis, dando apoio total aos palestinos. Esta declaração eleva também as tensões entre Ancara e Tel Aviv, uma vez que nas últimas semanas dos dois países tinham melhorado as relações diplomáticas.

Pra complicar mais ainda, o partido muçulmano que faz parte da coalizão do atual governo israelense, congelou suas atividades até o mês de maio.

O líder do partido árabe que faz parte da coalizão justificou sua ação em decorrência dos fortes protestos do povo árabe-israelense. A consequência disso é a possibilidade de novas eleições serem chamadas em Israel.

 

 

 

 

 

Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel

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