Relações entre pessoas do mesmo sexo é crime em setenta e três países. Em treze deles, como se não bastasse serem alvo de ataques e assassinatos por motivo de ódio, as lésbicas, as pessoas transexuais e os gays são tratados como criminosos e sujeitos as penas de cada país islâmico.
No Irã, duas ativistas lésbicas, Zahra Sedighi Hamedani, 31 anos, e Elham Chubdar, 24 anos, foram condenadas por um tribunal da cidade de Urmía, no noroeste do país persa. Elas estão detidas no presídio local.
Outra mulher enfrenta as mesmas acusações e também está presa. Trata-se de Soheila Ashrafi, 52 anos, natural de Urmía. A sentença no seu caso ainda não foi proferida.
Autoridades de Teerã confirmaram que Hamedani e Chubdar foram condenadas por “espalhar a corrupção na Terra” – a sentença é a comumente dada a réus considerados infratores da sharia, a lei islâmica. É a acusação mais grave do código penal iraniano.
Sabendo disso, a coordenadora do grupo de direitos LGBTQIA+, 6Rang (com sede na Amenaha), Shadi Amin, pediu a Alemanha e a outros governos estrangeiros que pressionem o Irã pela libertação das ativistas.
De acordo com Shadi Amin, coordenadora da organização, esta é a primeira vez que mulheres são condenadas à morte no Irã por causa de sua orientação sexual.
O destino de Hamedani – conhecida como Sareh – é temido desde 2021, quando ela foi capturada pelas forças de segurança iranianas ao tentar fugir para a Turquia.
Defensores dos direitos humanos acusam o Irã de promover uma campanha de repressão contra amplos setores da sociedade. Eles denunciam, entre outros, detenções de membros da minoria religiosa bahá’í, o aumento das execuções e a prisão de cidadãos estrangeiros.
Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel