O enredo do filme “Armagedon” (1998), estrelado por Bruce Willis, deixou de ser ficção para tornar-se, praticamente, realidade este ano, com algumas diferenças.
Na trama do filme de Hollywood, um asteroide ameaçava colidir com a Terra e destruir todas as formas de vida. A solução encontrada é colocar uma bomba nuclear no interior do corpo rochoso. Um perfurador de petróleo é convocado para a missão e reúne uma equipe nada convencional.
Já na vida real, a nave que levou os astronautas até o asteroide que estava em rota de colisão com a terra, aterrissou. Dentro da nave tinham bombas atômicas, com intuito de desintegrar o asteroide ou fizesse com que ele mudasse de rota. Salvando assim o nosso planeta.
Dez meses após seu lançamento, a missão DART, ou Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário (tradução do inglês), da Agência Espacial Americana (Nasa) atingi um asteroide nessa segunda-feira (26). O objetivo é testar o potencial tecnológico humano contra um corpo celeste que poderia entrar em rota com a Terra no futuro. Foi um sucesso, a sonda da agência espacial e colidiu com a lua Dimorphos, que orbita o asteroide Didymos.
Vale salientar que havia riscos do asteroide colidir com a Terra.
“É um asteroide que fica relativamente próximo à Terra. Como o objetivo da missão é, em particular, testar a possibilidade de efetivamente desviar a órbita de um asteroide, é importante poder acompanhar a órbita posterior. Se fosse um asteroide muito distante, seria difícil fazer este acompanhamento”, explica.
A NASA informou ainda que este asteroide não oferecesse nenhum perigo ao nosso planeta, foi escolhido porque ficava mais próximo à Terra. O impacto gerou uma cratera dezenas de metros de largura o que certamente deve ter lançado muitas rochas e poeiras no espaço. Contudo, já era sabido que não seria possível destruir o asteroide, mas sim fazê-lo desviar de sua rota original, com o impacto.
O asteroide tem 160m de diâmetro e pode ser comparado ao Coliseu. Sua descoberta se deu no ano de 1996, ele gira tão rápido que os cientistas acham que ele formou o material de sua lua.
Com o sucesso da missão, a cratera que deve ser criada na Dimorphos pode gerar pela primeira vez uma chuva de meteoros criada artificialmente pelo homem.
Por último, rem relação a sonda Dart, ela pesa cerca de 570kg e tem o tamanho de uma geladeira. Ela possuiu uma câmera chamada DRACO, que é usada para navegar e registrar o alvo para sua última ação.
Três minutos depois, um satélite do tamanho de uma caixa de sapatos, chamado LICIACube e lançado pelo DART há alguns dias, passará a 55 quilômetros do asteroide para capturar imagens da colisão, que serão enviadas de volta à Terra nas próximas semanas e meses.
Tudo isso vai trazer muita tranquilidade no futuro para humanidade.
Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel