Os protestos que vem acontecendo no Irã desde o dia 13 de setembro, quando a jovem Mahsa Amini, iraniana de 22 anos, foi detida pela polícia da moralidade do país persa, por usar trajes ocidentais, que são rejeitados pelo regime iraniano. A moça faleceu três dias após estar sob custódia das autoridades.
O ocorrido gerou um espécie de luto nacional e indignação popular em favor da liberdade das mulheres no Irã.
O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, informou nesse sábado (03) a extinção da polícia moral que tem como objetivo garantir que as vestimentas das mulheres correspondam aos padrões da religião islâmica.
Esta decisão é sem dúvidas um marco histórico para o Irã, onde possivelmente a retirada do hijab (véu que cobre a cabeça, o cabelo e o pescoço) também será permitida pelo governo ditatorial.
Os protestos tomaram um vulto tão grandioso que houve até quem pedisse a deposição do líder supremo, o aiatolá Ali Kamenei, que atua como chefe de Estado desde 1989. Os protestos, diga-se de passagem, tiveram um preço muito alto, porque mais de trezentas pessoas morreram em decorrência da repressão e violência da força revolucionária iraniana, dentre as quais quarenta criança.
Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel