1- A velha raposa da política israelense está de volta, definitivamente. Benjamin Netanyahu uniu-se aos ultraortodoxos da extrema-direita israelense e voltou ao poder. É a primeira vez que o parlamento israelense é unicamente composto por grupos de direita e extrema-direita. Tudo isso depois do país atravessar cinco eleições em quatro anos, onde em todas elas não foi possível formar nenhuma coalizão para que o país pudesse ser governado por um primeiro-ministro. Porém, na madrugada de ontem em Israel, Netanyahu ligou para o presidente de Israel, Isaac Herzog, para comunicá-lo do seu êxito na formação do parlamento israelense (Knesset). Desta maneira, Netanyahu é o primeiro-ministro mais longevo da história do país. Liderou Israel de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021. Deixou o cargo em junho de 2021, depois de escândalos de corrupção, que deram abertura a processos judiciais, que seguem em curso. O anúncio da coalizão era esperado para logo após as eleições de novembro, levando-se em conta a proximidade ideológica do partido de Netanyahu (Likud) e as demais agremiações de extrema-direita. Contudo, a ganância por pastas nos ministérios levaram a discordâncias, principalmente dentro do Likud, onde muitos aliados de Benjamin Netanyahu foram contrários a que o partido cedesse ministérios tão importantes a outros partidos da coalizão. A aliança de direita do premiê conquistou 64 das 120 cadeiras do Parlamento israelense. A grande pergunta que todos fazem aqui no Oriente Médio é como os países árabes que tem relações diplomáticas com Israel, vão se comportar, a partir de agora, já que o grupo que está assumindo o governo é totalmente contrário a elasticidade com as negociações diante dos palestinos.
2- Israel vem se consolidando cada vez mais como paraíso dos arqueólogos, a novidade agora é uma impressionante gruta funerária com cerca de 2 mil anos que pertenceu a Salomé. De acordo com certas correntes do cristianismo, Salomé foi uma das parteiras de Jesus. O local foi encontrado há 40 anos por saqueadores de antiguidades na floresta de Lachish, entre Jerusalém e Faixa de Gaza, o que levou a escavações que revelaram uma grande esplanada que comprova a importância da gruta funerária. A Autoridade de Antiguidades de Israel, citada pelo jornal The Time of Israel, informou que no local, que inclui diversos cômodos e nichos escavados na pedra, foram encontradas caixas com ossos. Sem dúvidas, é uma das grutas mais elaboradas e impressionantes em Israel. Ela foi usada para ritos fúnebres judaicos, tendo pertencido a uma rica família de judeus que se esforçou muito para preparar esse local. Posteriormente, o local se tornou uma capela cristã dedicada a Salomé (em hebraico Shlomit), um fato comprovado pela presença de cruzes e diversas inscrições gravadas nas paredes se referindo à parteira. Salomé era uma mulher misteriosa e, de acordo com a tradição cristã ortodoxa, ela era de Belém, e não acreditou que lhe pediram para ajudar uma virgem à dar a luz, durante o parto, então sua mão secou e só se curou quando segurou o bebê, ou seja, Jesus. O culto a Maria Salomé só durou até o século nono depois de Cristo, já que a conquista muçulmana proibiu sua adoração. A escavação do local se estendeu por 350 metros quadrados, revelou tendas que, segundo os arqueólogos, ofereciam lamparinas de barro dos séculos VIII-IX, que pudessem ter sido usadas para iluminar a caverna ou para cerimônias religiosas.
Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel