CONFIDÊNCIAS MUSICAIS –
Música harmoniza a vida. É, talvez, a coisa mais próxima do amor. Não consigo viver sem boa música, sinto que faz parte da minha vida. Brincava com os amigos dizendo que tocava um instrumento de corda, era um sino.
Uma vez, decidi que iria aprender a tocar um instrumento. Comprei um lindo saxofone, mas não praticava as lições do exímio mestre. Tentava “tirar” músicas que ouvia. Na época, a TV exibia a novela “O Bem Amado”. Eu imaginava que estava acompanhando a música de fundo. Numa tarde, estava tocando em minha casa e havia uma criança do vizinho sobre o muro. Excedi-me e houve uma nota desafinada. O menino botou a mão na boca e gritou: “Errou!”. Dessa forma, acabou a minha carreira musical.
Talvez, esse fato tenha determinado o meu exercício de ser letrista e de compor melodias inventadas na minha cabeça.
Tive sempre parceiros admiráveis: Oriano de Almeida, Veríssimo de Melo, Tico da Costa, Chico Elion, que me ferem com saudade. Outros notáveis me estimularam: o maestro Pe. Pedro Ferreira, Nelson Freire, Roberto Lima, Artur Porpino, Zezé Delgado, Liz Nôga, João Juvanklin.
Tive intérpretes da maior grandeza, como: Lucinha Lira, Pedrinho Mendes, Glorinha Oliveira.
O genial Oriano aceitou as letras que me pedira para suas composições “Tempos Idos” e “Canção para Lílian”. Esta composta quando a filha nasceu, fato que ocorreu enquanto ele respondia sobre Chopin no programa “O Céu é o Limite”. Depois, fez uma suíte musical para o meu poema sobre o engenho Guaporé, editado pela UFRN e com duas edições da Fundação Joaquim Nabuco.
Veríssimo de Melo ensinava sempre que música não envelhece, o que envelhece é o arranjo. Ele fazia arranjos criativos e compunha música popular. Um dia, foi à minha casa e tocou a sua mais recente composição. Desafiou-me a fazer-lhe uma letra. O trabalho foi interrompido por meu gato que era empurrado com carinho, mas insistia em participar. Mesmo assim, quarenta minutos depois, ele aprovava “Brinco de Amor”. Seguiu-se Assunto Pessoal.
Tico da Costa passou oito dias em minha casa de veraneio em Barra do Rio. Ensaiamos juntos 14 novas canções, das quais cinco sobreviveram. Uma das rejeitadas ficou sendo objeto de gozação de Tico, sobretudo a de nome: “Mulher Piramidal”. Os sinos sempre me emocionaram. Mandei fazer um grande sino para a Igreja Matriz de Nova Cruz. Na chegada, Dom Nivaldo Monte deu a benção, Tico fez uma composição e colocou toda a igreja, lotada, para cantar com ele.
Encantado com a poetisa, resolvi fazer uma “parceria” com Auta de Souza. Realinhei poemas seus e lhe atribui melodia.
Li um poema incrivelmente feito por Índios Tupis, que tinha uma característica extraordinária, era todo feito de palavras bilabiais. Para ele, criei uma melodia com ritmo que, certamente, os índios fariam. Artur Porpino revalorizou o trabalho compondo para o filme “Um Poeta do Baobá”, curta com enredo de Woldney Ribeiro e Walton Otávio Schiavon Filho.
Devemos acreditar, como Machado de Assis, que a vida é uma ópera, e uma grande ópera. E que Deus é o poeta. Com certeza, isso pode melhorar a nossa vivência cotidiana, principalmente se pensarmos que, fora da música, Shakespeare poderia ter dito: “O resto é silêncio”.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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