Multidão neste ano na Igreja das Covinhas — Foto: Divulgação
Multidão neste ano na Igreja das Covinhas — Foto: Divulgação

O dia 12 de outubro é feriado nacional por conta de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. As paróquias em homenagem à santa e o Santuário em Aparecida, em São Paulo, recebem diversos fiéis católicos durante todo o dia.

Mas uma capela, bem na zona rural de Rodolfo Fernandes, município de pouco mais de 4 mil habitantes na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará, também é destino de centenas de romeiros e fiéis todos os anos nesta mesma data.

O local é a Igreja das Covinhas, que, inclusive, foi reconhecida como Patrimônio Material, Histórico, Cultural, Paisagístico, Turístico e Religioso do RN pelo governo do Estado neste ano. A lei foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 4 de janeiro de 2023.

A estrutura da igreja foi construída há cerca de 40 anos por um agricultor chamado Bento Honório, ou Bento das Covinhas, morto em 2019.

A tradição conta que ele encontrou em um dos seus terrenos covas nas quais estavam enterradas duas meninas que morreram durante uma seca no século 19. A história das duas era contada a ele pela própria vó.

A construção da capela se deu como um ato de gratidão após uma enfermidade. Bento foi internado com uma doença que os médicos à época não conseguiam diagnosticar. Durante a internação, ele diz ter visto as Meninas das Covinhas o garantindo a cura – e dias depois estava livre da enfermidade. O agricultor atribui essa cura às meninas.

As duas já eram referência de fé na região, mas tiveram os nomes e as bençãos mais disseminadas diante da fé do agricultor.

Após a alta médica, Bento fez a promessa de erguer a igreja, segundo explica o site oficial da prefeitura de Rodolfo Fernandes.

“Ao ter sua prece atendida, Bento Honório pagou a promessa de construir uma igreja em homenagem às Meninas das Covinhas no local onde foram sepultadas e que tornou-se um centro de romaria”, cita o texto.

O texto no site oficial da prefeitura conta que as meninas eram retirantes do Ceará, junto com o pai, de após grande seca ocorrida em 1977 no Nordeste, considerada uma das maiores da história e que culminou com milhares de vítimas fatais – por desidratação e desnutrição.

No final de 1877, o pai e as duas meninas teriam vindo do Ceará para o RN em busca de sobrevivência.

“Chegando ao interior de Portalegre, em território que hoje pertence ao município de Rodolfo Fernandes, as duas meninas não resistiram e morreram em baixo de uma árvore, enquanto o pai saiu a procura de água e alimento para socorrê-las”, cita site o oficial de Rodolfo Fernandes.

Elas teriam sido enterradas exatamente onde faleceram, no trecho onde hoje fica a Igreja das Covinhas. A data de homenagem a elas foi escolhida como 12 de outubro por ser o Dia das Crianças.

No interior da capela, além das covinhas onde foram sepultadas as meninas, estão expostos ex-votos, fotografias e pertences pessoais deixados por pessoas que conseguiram alcançar uma graça.

Fonte: G1RN

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