Dalton Mello de Andrade
Sou o que muitos poderiam chamar de especialista em conhecimentos supérfluos. O “aparentemente” no titulo é exatamente para evidenciar a importância do assunto.
Sempre fui curioso. Não desses que escuta atrás das portas ou olha no buraco da fechadura. Mas dos que não podem ver um artigo, um livro, um programa de TV, o que for, que traga alguma coisa nova e que não vá atrás para saber o que é. Adoro bisbilhotar, nesse sentido. E quanto mais idade vou adquirindo, pior eu fico. Não deixa de ser uma forma de expulsar esse alemão execrado, cujo único mal (ou bem?) que fez foi descobrir a doença que leva o seu nome. Terrível e incurável, pelo menos até agora. Esse tal de Alzheimer.
Vocês já pensaram como é importante saber que Jeferson tinha um quarto em Monticello forrado de chumbo, que enchia d’água no verão para congelar no inverno e ter gelo o ano inteiro? E que se chamava “The Ice House”? Ou que Mozart, ao contrario das lendas que andam por aí, e assim mostrado no filme Amadeus”, não era um pobretão quando morreu? Ou que, aqui no RN, um governador, alertado por um amigo íntimo, ao assumir o governo, que tivesse cuidado com os puxas-saco, quando cobrado depois pelo amigo da quantidade de puxas em redor dele teve como resposta, não, não me esqueci de seu conselho, mas é que é danado de bom? Pois é, essas coisas me divertem.
Para manter essa curiosidade “acesas”, leio um bocado, uso a internet emendado, o Google – grande invenção – constantemente, vejo o YouTube – outra grande invenção – especialmente para música, história e cinema, o iTunes para ouvir a música que quero na hora que escolho, e comprar a faixa específica, se quiser. Faz um tempão que não compro um CD e era viciado. Aliás, há uma ruma de programas para ouvir música e rádios do mundo inteiro, na internet. De graça.
Não deixo pedra sobre pedra quando procuro alguma coisa que me interessa. Por isso nunca tenho tempo para nada, especialmente depois de aposentado. Foi o que disse a um amigo, desesperado, dizia ele, por não ter o que fazer depois da aposentadoria. Comigo é o contrário, estou sempre super ocupado. Fazendo o que, perguntou? Aparentemente nada, e muita coisa. E expliquei como uso o meu tempo. Vou lhe imitar, respondeu. Não cobrei nada pelo conselho.
Tenho certeza que é essa atitude que me mantém em forma, pelo menos mentalmente. Fisicamente, vá lá, faço o possível. Freqüento uma academia, tomo os remédios que me passaram, na hora certa e na quantidade certa, embora tenta vontade de fazer como o pai de um amigo, que junta todos os comprimidos e toma de uma só vez, com o aviso: cada um tome o seu destino, na hora aprazada.
E vou levando a vida. Cada vez a achando melhor. E este Facebook, com todos vocês me lendo e dando palpite, ajuda paca.
Dalton Mello de Andrade – Ex Secretário de Educação do RN
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