Apoiadores do presidente Kais Saied na capital Tunes — Foto: SOFIENE HAMDAOUI / AFP

A nova Constituição da Tunísia foi aprovada, anunciou a comissão eleitoral do país nessa terça-feira (26). Críticos ao governo temem que o resultado da votação abra espaço para um nova era de autocracia, pois a nova versão do documento dá ao presidente, Kais Saied, muito mais poder.

De acordo com as autoridades, 95% dos participantes do referendo votaram “sim”. A votação, realizada na segunda-feira, contou com a participação de apenas 30,5% dos tunisianos, pois o evento foi boicotado pela oposição.

Os grupos contrários ao governo acusam Saied de encenar um golpe contra a jovem democracia, que emergiu durante a Primavera Árabe na Tunísia, em 2011. Eles acusam as autoridades de inflar os números e dizem ainda reconhecer a Constituição de 2014 como a legítima.

“Saied falsificou a vontade popular falsificando os resultados”, disse Nejib Chebbi, chefe da oposição Frente de Salvação Nacional, que inclui o partido islâmico Ennahda, que ocupava a maior parcela do parlamento agora dissolvido.

A nova Constituição inclui mudanças que transferem o poder do parlamento para Saied. Para os apoiadores do presidente, o parlamento se tornou sinônimo de brigas políticas e paralisia do governo.

Embora tenha negado as acusações de que seria um novo ditador, o presidente tunisiano e sua comissão eleitoral ainda não se pronunciaram sobre as novas críticas da oposição.

Menos pessoas votaram no referendo do que em qualquer uma das três eleições parlamentares e duas presidenciais realizadas desde a Primavera Árabe, que tirou o ditador Zine al-Abidine Ben Ali do poder.

O referendo, cujas regras foram estabelecidas por Saied, não exigiam participação mínima para que a nova e permanente versão da Constituição fosse aprovada.

Fonte: G1

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