O setor da construção civil fechou 23,9 mil postos de trabalho em agosto no País. Com isso, o número total de pessoas empregadas no segmento foi a 2,70 milhões, queda de 0,88% em relação a julho. Esse foi o 23º mês consecutivo de queda no nível de vagas, período em que 677,2 mil trabalhadores foram dispensados na construção. Os dados fazem parte de pesquisa divulgada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseada em dados do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Nos primeiros oito meses do ano houve corte de 194,2 mil vagas. Em 12 meses, o saldo negativo chegou a 462,9 mil empregos a menos.
A queda no nível de emprego é preocupante, pois afeta, inclusive, os segmentos considerados indicadores antecedentes de novas obras: na preparação de terrenos, houve recuo de 15,05% no nível de empregos, e nos serviços de engenharia e arquitetura a baixa atingiu 12,90%, considerando a comparação de janeiro a agosto de 2016 com os mesmos meses de 2015. O fato reforça a necessidade de o governo ir além das medidas de ajuste fiscal em andamento, positivas pela sinalização favorável ao equilíbrio das contas públicas. O Executivo precisará cortar mais despesas, gastar bem o pouco que sobrar no Orçamento e adotar medidas favoráveis à atração de investimentos privados nacionais e estrangeiro.
A deterioração do mercado de trabalho afetou quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados mensais foram observados no Norte (-2,34%) e no Sudeste (-1,12%), em grande parte devido ao corte de 8.200 mil vagas na comparação de agosto com julho. O levantamento também mostra que o Estado do Rio de Janeiro teve demissão de 19.562 mil trabalhadores nos últimos dois meses, como reflexo do fim das obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.