As implicações da situação das contas públicas para a retomada do crescimento do Rio Grande do Norte — em um ritmo mais intenso — estiveram em debate na 31ª Edição do Seminário Motores do Desenvolvimento, projeto realizado pelo jornal Tribuna do Norte, Sistemas FIERN e FECOMÉRCIO e UFRN.
O economista Raul Velloso destacou que somente medidas que incentivem a recuperação da economia, e o consequente fim da recessão, poderão colocar as receitas governamentais em patamares que permitam o reequilíbrio.
“Depois, teremos de equacionar o problema estrutural, principalmente do lado do gasto, que cresce naturalmente a taxas muito elevadas. Sozinha, a PEC [Proposta de Emenda Constitucional] do Teto dos Gastos é um remendo difícil de sustentar”, disse Velloso.
Coube ao consultor Cláudio Porto, da Marcoplan, tratar da economia do RN. Os dados mostraram a fragilidades das contas públicas. O estudo mostrou que entre 2005 e 2015 houve uma piora na qualidade da infraestrutura e dos investimentos.
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca alertou para as consequências nas mudanças demográficas, com a tendência de envelhecimento da população e do número de filhos por famílias, nas contas públicas. Essa tendência, disse o economista, aumenta a proporção e aposentados para cada pessoa trabalhando.
Com isso, nas próximas décadas, haverá uma elevação do comprometimento do PIB com previdência social, hoje em 13%, algo que vai deteriorar ainda mais, analisa ele, as contas públicas. Para o economista, a reforma previdenciária, com definição de idade mínima, se não for aprovada neste ano, terá que ser em 2018 ou, no máximo, em 2019.
Giannetti destacou também que é urgente de mudanças na previdência dos servidores públicos, que têm regras que garantes mais benefícios aos funcionários inativos do que nas aposentadorias do INSS.
Durante o seminário, presidente do Sistema Fecomércio, Marcelo Queiroz, defendeu a “soma de esforços para que a máquina pública” trabalhe em prol do crescimento e melhoria do Rio Grande do Norte”. Ele disse que a atividade produtiva é fortemente afetada com a crise financeira.
Fonte: FIERN