Imagens de bitucas de cigarro — Foto: Phil Noble/Reuters/Arquivo
Imagens de bitucas de cigarro — Foto: Phil Noble/Reuters/Arquivo

Cada filtro de cigarro deixado na natureza leva 12 anos para desaparecer, e deixa com ele substâncias químicas pelo caminho. Para resolver este problema, uma start-up francesa desenvolveu um método para despoluir os filtros e reutilizá-los. O material tratado vira tecido e é usado na confecção de roupas de inverno.

Tudo começa na periferia de Paris, em Saint-Denis, onde o coletivo No Mégots (Sem bitucas) faz um trabalho específico de conscientização sobre a toxicidade das pontas de cigarro deixadas no meio ambiente.

O coletivo também trabalha na coleta das bitucas, espalhando lixeiras apropriadas e recolhendo o material.

A coleta é enviada para a empresa TchaoMegot, que desenvolveu um tratamento específico para despoluir o material e reciclá-lo.

A primeira coisa é selecionar o material. A folha de papel, as cinzas e o resto de tabaco de cada cigarro são separados e vão para a compostagem. Os filtros passam por um tratamento que extrai cerca de 5.000 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina.

A fibra obtida a partir do tratamento dos filtros não tem cheiro e não é tóxica. E vira matéria-prima de um tecido isolante, que pode ser usado na construção civil, para o isolamento de paredes, ou na fabricação de roupas.

“Temos a vocação de nos tornarmos um dos principais atores da reciclagem de pontas de cigarro na França, e também no território europeu. Estamos investindo em uma unidade industrial para poder processar uma quantidade ainda maior de cigarros”, explica a engenheira da TchaoMégot Amélie Velte.

Neste ano, a start-up decidiu apostar no uso de sua fibra ecológica para fazer coletes de inverno veganos e “made in France”.

Cada colete de inverno utiliza os filtros de 3.200 cigarros, e é vendido por 100 euros (cerca de R$ 600).

Fonte: G1

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