CONVERSAR SEMPRE –
A memória puxa um pouco os tempos passados, quando da minha costumeira passagem por frente à Padaria Petrópolis ( bairro de Petrópolis), com destino ao Hospital das Clínicas, meu local de ofício. Ficava admirado e curioso com um grupo de pessoas que, diariamente, conversavam amistosamente, sem pressa e sem o olhar preocupante com o passar das horas.
Ficava perplexo e confuso e me perguntava: Por que não se ocupam em alguma atividade? O que tanto conversam?
O tempo foi passando; a aposentaria chegou e, com ela, veio o vazio, a solidão, a inatividade cerebral.
Foi nesse instante que refleti o comentário feito no passado.
E, desde então, passei a entender a razão do encontro e passei a ser mais um dos seus integrantes. Ganhei novas amizades, descobri novas mentes. Gente que aprendia e gente que ensinava, gente que só ouvia, gente que só falava.
A mente vazia, inativa, inerte atrai pensamentos confusos e, muitas vezes, angustiantes e doentios.
É aí, sim, que precisamos, da convivência saudável, com pessoas amigas, felizes e alegres. É o momento das agradáveis rodas de conversas, dos bons, alegres e divertidos bate-papos. O prazer e a alegria da conversa são ingredientes contagiantes do bem-estar humano.
Só assim ocupamos o vazio mental e alimentamos de bons fluídos o nosso corpo e a nossa mente.
Berilo de Castro – Médico e Escritor