CONVIVÊNCIA ENTRE PAIS E FILHOS –

Atualmente diversos seminários, cursos, conferências e livros estão direcionados à orientação dos pais em relação ao comportamento dos adolescentes.

Conflitos, medos e dúvidas ganharam uma dimensão mais ampla e mais forte num contexto inserido de mudanças, violências e informações em ritmo acelerado.

A discussão ocorre entre a perda de referencial vivenciada na época atual e os antigos valores cultivados em nossa geração. O momento atual é outro, mas a maioria das relações entre pais e filhos continua estagnada.

A maioria dos pais trabalha em dois períodos e ainda tem a responsabilidade de educar as crianças. Pais, mães e filhos devem construir um mundo em que predomine o respeito, o carinho e a harmonia. O relacionamento mais importante que uma pessoa estabelece com sua família e muitas vezes há negligência em função do comportamento dos familiares no isolamento devido à televisão, computadores e jornais. Muitos pais devido a culpa de permanecerem muito tempo ausentes, trabalhando, quando estão em casa, deixam as crianças fazer tudo. Outras vezes, se aborrecem e explodem: “Agora chega”. Não sabem compor com os seus filhos.

Os princípios éticos devem ser ensinados desde o início de uma convivência familiar. Quem não respeita os pais, com certeza não respeitará professores, amigos, autoridades e semelhantes. Os filhos aprendem muito com a convivência e com os acontecimentos diários.

O modelo antigo de que pai trabalha fora e mãe cuida da casa e dos filhos, atualmente quase não existe.

O mundo mudou bastante. O número de filhos, em duas décadas caiu pela metade e a maneira de dirigir uma família num mundo globalizado exige mudanças. A preocupação existe em função de que o campo de trabalho ocupa uma área tão grande em sua realização profissional que praticamente não sobram tempo nem espaço para o campo afetivo.

Muitas vezes na rebeldia da puberdade, surgem problemas em que uma simples fagulha pode fazê-los explodir como uma bomba. Os relatos, as notícias dos meios de comunicação e as novelas evidenciaram essa temática.

A educação dos filhos é uma tarefa difícil. Às vezes é mais fácil recuar e deixar a criança fazer tudo o que tem vontade. Sabemos que o caminho do menor sofrimento em determinado instante pode, mais tarde custar muito caro no futuro. O aprendizado de uma criança requer coerência, constância e continuidade, devendo os pais determinar de uma forma cristalina: responsabilidades, deveres, direitos e limites a serem cumpridos.

O relacionamento entre pais e filhos é sempre dinâmico e dependendo dos pontos que se tocam, pode gerar prazer ou sofrimento. A participação nos momentos difíceis pode ser positiva na construção da segurança interior dos mesmos.

Os pais devem estar atentos a todas as informações concernentes aos seus filhos. Especialmente sobre as companhias, convidando os diversos amigos para fins de semana na casa de praia, fazenda ou sítio. Todos juntos para que haja uma convivência em família.

Muitos adolescentes experimentam drogas em grupo, movidos pela embriaguez relacional. Nesses casos, há uma distorção da personalidade e quebra do código de ética e os pais as vezes só conseguem afastá-los das mesmas com auxílio especializado.

O conceito de integração relacional abrange uma saúde biopsicossocial do ser humano e seus relacionamentos. Uma pessoa integrada relacionalmente vive num equilíbrio dinâmico entre a satisfação física, psíquica, ecossistêmica e ética na área pessoal, familiar, social e profissional.

Os pais devem estimular a integração relacional com a finalidade de todos os membros da família crescerem num conjunto harmônico e feliz.

 

Lenilson CarvalhoDentista e escritor

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *