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Copom considerou implementar alta maior nos juros na semana passada

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quarta-feira (3) que considerou cenários com “ritmos de ajuste maiores na taxa básica de juros” do que o anunciado na última semana — quando a taxa básica de juros subiu para 7,75% ao ano.

A informação consta na ata da última reunião do Copom, divulgada hoje. A elevação de juros realizada na semana passada foi a maior desde dezembro de 2002, que levou a taxa Selic ao maior nível em quatro anos.

“Prevaleceu, no entanto, a visão de que trajetórias de aperto da política monetária com passos de 1,50 ponto percentual [anunciado pelo BC], considerando taxas terminais diferentes, são consistentes, neste momento, com a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a atual assimetria no balanço de riscos”, acrescentou o BC.

De acordo com o BC, a inflação ao consumidor segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado. “A alta dos preços está mais disseminada e abrange também componentes mais associados à inflação subjacente“, acrescentou.

Riscos fiscais

Na ata da última reunião, o Copom informou que surgiram questionamentos relevantes em relação ao futuro do “arcabouço fiscal atual” (regras para as contas públicas), resultando em elevação dos prêmios de risco [juros futuros e dólar].

“Esses questionamentos também elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação [elevando-as], aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas, avaliou.

Por conta disso, o BC informou que o viés (tendência) de alta da inflação “é agora maior do que o anteriormente considerado” e concluiu que o “grau apropriado de aperto monetário [alta dos juros] é significativamente mais contracionista [maior] do que o utilizado no cenário básico”.

A aceleração no ritmo de alta dos juros, pelo Banco Central, aconteceu após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter admitido, no fim de outubro, “furar” o teto de gastos (mecanismo que limita o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior).

 

 

 

Fonte: G1

Ponto de Vista

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