O coração de Dom Pedro I chegou ao Brasil transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB). O órgão veio em cabine de passageiros, junto com três autoridades portuguesas e um representante do governo brasileiro.
Na base aérea, foi recebido com honrarias e levado ao Palácio do Itamaraty, em operação “silenciosa”. Na terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o órgão na rampa do Palácio do Planalto. A relíquia foi recebida com uma salva de tiros de canhão.
“Dois países, unidos pela História, ligados pelo coração. Duzentos anos de independência. Pela frente, uma eternidade em liberdade. Deus, pátria, família! Viva Portugal, viva o Brasil!”, disse Bolsonaro durante a recepção do órgão.
O retorno do coração a Portugal está marcado para 8 de setembro. A Polícia Federal e as Forças Armadas devem fazer a segurança da relíquia neste período.
Negociação
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, a negociação que possibilitou a vinda do coração de Dom Pedro I para o Brasil levou quatro meses.
Para que a relíquia pudesse ser enviada ao Brasil foram necessárias duas autorizações. Primeiro, peritos do Instituto Médico Legal da Universidade do Porto permitiram – do ponto de vista técnico – a vinda do órgão, “que é frágil”. Depois, houve uma votação, na Câmara de Vereadores da cidade do Porto, onde a viagem foi autorizada, por unanimidade.
Depois que o empréstimo foi divulgado, alguns historiadores criticaram a decisão por considerar um risco à relíquia e um gasto de dinheiro público desnecessário. O Ministério de Relações Exteriores não divulgou quanto custou a operação.
Antes da vinda do órgão ao Brasil, foi organizada a primeira exposição aberta ao público do coração de D. Pedro I, na cidade do Porto, em Portugal. O evento atraiu milhares de pessoas.