A Coreia do Norte afirmou nesta segunda-feira (31) que testou um míssil balístico de alcance intermediário que tem capacidade nuclear e pode atingir Guam, um território dos Estados Unidos no Oceano Pacífico, e que uma câmera acoplada no Hwasong-12 tirou fotos do espaço.
O lançamento de domingo (30) é o sétimo já realizado pelo país apenas em 2022 — e o mais significativo desde 2017 —, o que levanta temores de provocações maiores, como testes de mísseis nucleares e de longo alcance que representariam uma ameaça direta ao território continental dos EUA.
A KNCA, agência de notícias oficial da Coreia do Norte, afirmou que o objetivo do teste era verificar a precisão geral do Hwasong-12 e divulgou fotos que teriam sido tiradas de uma câmera acoplada na ogiva do míssil.
A KCNA publicou dois conjuntos de imagens: uma mostrando o míssil subindo de um lançador e voando para o espaço e a outra mostrando a península da Coreia e áreas próximas.
A Coreia do Norte disse também que o míssil foi lançado em direção às águas da costa leste do país, em um ângulo alto, para evitar que ele sobrevoasse outros países.
Em momentos de tensão, os EUA usaram as bases para enviar aviões de guerra à península coreana como forma de demonstrar força. Em agosto de 2017, no auge das animosidades com Donald Trump, o ditador Kim Jong-Un ameaçou fazer “um fogo envolvente” perto de Guam com mísseis Hwasong-12.
Na ocasião, a Coreia do Norte também testou mísseis balísticos intercontinentais Hwasong-14 e Hwasong-15, que segundo especialistas podem alcançar a parte continental dos EUA e pode proteger uma ogiva do calor extremo e da pressão ao reentrar na atmosfera da Terra.
Segundo avaliações sul-coreanas e japonesas, o Hwasong-12 lançado no domingo voou cerca de 800 km e atingiu uma altitude máxima de 2 mil km antes de pousar entre a península coreana e o Japão.
Lee Choon Geun, especialista em mísseis e pesquisador honorário do Instituto de Política de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, acredita que as fotos foram sim tiradas do espaço – provavelmente quando o míssil estava chegando ao ponto máximo da sua trajetória.
O especialista diz que, embora seja raro colocar uma câmera em um míssil, o governo norte coreano provavelmente queria demonstrar seu avanço tecnológico para o exterior e para a sua população.
Fonte: G1