Metralhadoras, entre elas uma antiaérea calibre 50, fuzis, espingardas, pistolas e revólveres foram retirados das ruas — Foto: Alberto Maraux
Metralhadoras, entre elas uma antiaérea calibre 50, fuzis, espingardas, pistolas e revólveres foram retirados das ruas — Foto: Alberto Maraux

O Exército Brasileiro manterá na ativa o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, que foi exonerado nesta sexta-feira (20) da direção do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), conforme publicação do Diário Oficial da União. Ele deixa o cargo após o furto de 21 metralhadoras do AGSP em Barueri, na região metropolitana. Em seu lugar, assume o novo diretor, o coronel Mário Victor Vargas Júnior, de 48 anos, que comandará o quartel.

A exoneração de Rivelino havia sido anunciada na quinta (19) pelo general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste (CMSE) durante entrevista coletiva com jornalistas na sede do órgão, na capital paulista.

Procurado, o Exército afirmou que a exoneração do diretor foi uma decisão administrativa do Comandante do Exército, Tomás Paiva, e que o Tenente-Coronel Batista “será movimentado e continuará exercendo funções como militar da ativa em outra unidade militar”.

‘Situação insustentável’

Apesar de o Exército não ter indícios da participação de Rivelino Batista no desaparecimento das 13 metralhadoras calibre .50 e das oito metralhadoras calibre 7,62, ele era responsável pelo AGSP. E segundo fontes ouvidas pelo g1, o furto do armamento tornou a situação dele insustentável dentro do quartel e perante seus superiores e subordinados.

O sumiço das armas foi verificado durante inspeção no dia 10 de outubro. Segundo o Comando Militar do Sudeste, a investigação interna aponta que mais de três militares participaram diretamente do furto armamento, que teria ocorrido entre os dias 5, 6, 7 e 8 de setembro.

Eles já foram identificados, mas não tiveram seus nomes divulgados à imprensa. E ainda não teriam sido presos. O número total de envolvidos no crime também não foi informado. Todos responderão a inquéritos e poderão ser punidos administrativamente, expulsos ou detidos.

O Exército suspeita que os militares foram cooptados por facções criminosas para negociar com elas a venda das metralhadoras.

“A linha de investigação mais provável é a de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento. Há possibilidade de o extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro”, disse o general Maurício.

Ainda na quinta-feira, oito das 21 metralhadoras furtadas do quartel em Barueri foram encontradas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro. Foram apreendidas quatro metralhadoras de calibre .50 e quatro metralhadoras calibre 7,62.

As outras 13 armas continuam sendo procuradas pelo Exército e também pela Polícia Civil e pela Polícia Militar (PM) de São Paulo. A Polícia Federal (PF) chegou a procurar o CMSE para pedir informações sobre o desaparecimento do arsenal e avalia se irá participar da investigação, que é feita exclusivamente pelo Exército.

Nesta sexta, cerca de 160 militares seguiam “aquartelados” no quartel desde a semana passada, quando o furto foi descoberto. Todos tiveram seus celulares confiscados e estavam trabalhando nos dias próximos ao feriado de 7 de setembro.

Mais de 50 militares já foram ouvidos pelo Exército no Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o sumiço das metralhadoras.

Fonte: Blog da Andréia Sadi/G1

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