Boa parte dos resultados de uma empresa está na melhora das receitas e do lucro, é verdade. Mas outra parte muito importante da gestão dos negócios está também no controle de custos.
Nem sempre é preciso cortar pessoal, reduzir investimentos ou tomar alguma outra medida drástica para botar os gastos da empresa nos eixos. Há pequenas mudanças que podem aliviar as contas corporativas.
Távio Almeida, consultor em gestão da Gomes de Matos Consultores Associados (GMCA), indica que os cortes podem começar pelo mapeamento e estudo dos gastos essenciais para a empresa. “Só essa análise já é uma ação bastante importante, pois muitas organizações não adotam esta prática. Cada empresa gasta de um jeito, é impossível generalizar os métodos de correção, mas a análise é sempre um bom ponto de partida”, enfatiza ele.
Os cortes devem iniciar, principalmente, nas despesas supérfluas e menos importantes para o negócio. O gestor precisa cuidar primeiro de cortar custos supérfluos e que não irão afetar a qualidade do produto ou entrega do serviço final ao cliente que, por exemplo, para algumas empresas pode ser a máquina de cafezinho no escritório, os coffee-breaks “fartos” nos treinamentos ou até mesmo as várias festas e comemorações feitas internamente junto aos colaboradores, como os aniversariantes do mês.
Por fim, adote um modelo de orçamento base zero – ou seja, gaste o que precisa e não o que tem.
Abaixo, alguns pontos de atenção mais comuns para os gestores ficarem de olho:
1 – Relação com os fornecedores
Sabe a regra máxima da cotação com os fornecedores – faça três e escolha o melhor preço? Ela não é suficiente. Somos extremamente suscetíveis à simpatia de quem está do outro lado da linha e não seria de se espantar se rapidamente um fornecedor acabasse se tornando o preferido – e também o mais frequente. “Existe uma acomodação que precisa ser quebrada”, diz o consultor.
Para romper com esse ciclo, a sugestão de Almeida é um rodízio de funcionários responsáveis pela elaboração dos orçamentos. Se você estabelecer isso como um processo interno, não perderá oportunidades de melhores negociações.
E fique alerta: se alguém se mostrar muito incomodado com essa opção, pode haver algo mais por trás da escolha de fornecedores.
2 – Coordenação das compras
Não tenha dúvidas: é sempre melhor centralizar o departamento de compras. Além de ganhar descontos nas aquisições em larga escala, você evita as compras repetidas e picadas ao longo do mês. Se suas compras são centralizadas, você ganha nas duas pontas – na escala e na redução de perdas.
3 – Uso de água
Em todo o país, a discussão do uso da água nunca foi tão presente e necessária. Mas vale lembrar que não se trata apenas de uma questão ambiental, mas também financeira. Colocar sistemas de reuso e captação podem ser providenciais nesse momento de crise. Os benefícios chegam a todos.
4 – Uso de Energia Elétrica
Troca de lâmpadas incandescentes e eletrônicas por LED e instalação de sensores de presença e células fotoelétricas para acionamento da luz apenas quando falta a luz do dia podem ser um investimento razoavelmente caro. No entanto, no longo prazo a redução pode aparar os custos de infraestrutura.
5 – Terceirizações
A depender da sua necessidade, a terceirização pode não ser um bom negócio. “Tenho uma grande empresa cliente hoje voltada para a contratação interna de equipe de limpeza”, diz o especialista. Importante mesmo é saber – e calcular – o porquê da escolha. Não adianta terceirizar o problema se isso for criar outra questão.
7 – Tecnologias
A parte de tecnologias é o ponto nevrálgico dos gastos das empresas. Diante dos avanços tecnológicos muitas organizações acabam adquirindo várias novas ferramentas e assim os custos nesta categoria acabam se excedendo. O executivo explica que não defende a falta de investimento em tecnologia, mas alerta para o excesso de ferramentas que acabam não tendo o uso adequado pela empresa. Evite manter vários fornecedores diferentes de soluções de tecnologia, como por exemplo várias software houses.