O Brasil recebeu, nesta segunda-feira (24), o terceiro lote de vacinas da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. O voo, com 1.818.000 doses, desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 7h27. A remessa com o imunizante saiu de Amsterdam, na Holanda.
As vacinas foram descarregadas no aeroporto com auxílio da Receita e Polícia Federal. Em seguida, haverá transporte até um centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), antes das entregas aos estados.
Com a entrega, a Pfizer chegou a um total de 4,3 milhões de doses pediátricas entregues ao Brasil em janeiro. Os primeiros envios aconteceram nos dias 13 e 16, com 1,2 milhão de doses em cada um. O lote desta segunda estava previsto para chegar apenas na quinta-feira (27), mas foi antecipado.
Imunização para crianças
A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em 16 de dezembro, a vacinação de crianças desta faixa etária. Já em 5 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que não será exigida receita médica para vacinar o grupo. Em São Paulo, a imunização teve início no dia 14 de janeiro, com uma criança indígena.
Remessas entregues
- Quinta-feira (13) – 1.248.000 doses (lote 1)
- Domingo (16) – 1.248.000 doses (lote 2)
- Segunda-feira (24) – 1.818.000 doses (lote 3)
Remessas previstas
- 27 de janeiro – 1.818.000 doses (lote 3)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária contempladas pela vacinação.
O envio das doses faz parte do acordo firmado em 29 de novembro entre o governo federal e a farmacêutica, que estipula a disponibilização de 100 milhões de doses ao Brasil ao longo de 2022.
A negociação também prevê que o Ministério da Saúde tenha a opção de aumentar o número de doses previstas para serem entregues ao país em até 50 milhões de vacinas adicionais, elevando o número total para 150 milhões de doses neste ano.
“O contrato prevê a possibilidade de fornecimento de versões modificadas do imunizante, que poderão ser eventualmente desenvolvidas caso necessário, e versões para diferentes faixas etárias, conforme solicitação por parte do Ministério da Saúde”, diz nota da Pfizer.
Vacinação infantil
De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:
- em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
- sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
- com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.
Diferenças
A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal adquiriu uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo.
A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia).
Em outubro de 2021, a Pfizer informou que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. O imunizante infantil é produzido em Puurs, na Bélgica.
Em 20 de dezembro, o ministro disse que a “pressa é inimiga da perfeição”. Já na noite de 23 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu a consulta pública sobre vacinação de crianças.
De 24 de dezembro a 2 de janeiro, qualquer pessoa pode participar, preenchendo um formulário online, da consulta que, segundo a pasta, estava aberta a “contribuições devidamente fundamentadas”.
Já no dia 3 de janeiro, Queiroga antecipou que as doses pediátricas chegariam ao Brasil na segunda quinzena deste mês. Sem apresentar um cronograma de aplicação, o ministro disse também que a vacina estará disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos.
Fonte: G1