O novo coronavírus pode ser transmitido pelo ar em “determinadas situações”, alerta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos. O CDC atualizou nessa segunda-feira (5) suas diretrizes sobre os tipos de transmissão do Sars-Cov-2, passando a incluir entre os tópicos uma ressalva para os aerossóis (partículas microscópicas liberadas por meio da respiração e da fala que ficam em suspensão no ar).
O CDC diz que as evidências apontam que pessoas podem ser infectadas mesmo a mais de dois metros de uma pessoa com o vírus. Mas, para essa transmissão ocorrer, é preciso que ambos estejam em um ambiente fechado e mal ventilado. E em algumas situações, a pessoa infectada está desenvolvendo uma atividade que exige respiração vigorosa, como exercícios físicos ou canto.
Diretrizes do CDC
O que diz o CDC sobre a transmissão do coronavírus:
- O coronavírus raramente se espalha de animais para pessoas
- Transmissão por meio do contato com superfícies contaminadas pelo vírus é menos comum
- A Covid-19 parece se espalhar de pessoa a pessoa com mais eficiência do que o vírus da gripe, mas não tão eficientemente quanto o do sarampo
- Pessoas que estão infectadas, mas não apresentam sintomas, também podem transmitir o vírus para outras pessoas
- A transmissão mais comum se dá entre pessoas que estão em contato físico próximo
- A Covid-19 pode ser transmitida pelo ar
Texto retirado do ar
No final de setembro, o CDC já havia publicado uma diretriz reconhecendo a transmissão pelo ar, mas, no dia seguinte, retirou a publicação do site.
“O esboço de uma versão de mudanças propostas para estas recomendações foi publicado por engano no site oficial da agência”, disse o CDC na ocasião.
Reconhecido pela OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a transmissão da Covid-19 pelo ar desde julho, quando um grupo internacional de cientistas publicou uma carta com evidências da transmissão aérea em lugares fechados e mal ventilados.
Em resumo, o documento explica que enquanto gotículas maiores expelidas ao falar ou tossir caem rapidamente no chão, os aerossóis (pequenas gotículas que permanecem no ar por mais tempo) podem flutuar e se espalhar pelo ar em ambientes fechados, podendo ser inalada até horas depois por pessoas que passarem pelo local.
Na prática, a carta era um alerta de que o distanciamento de 1 a 2 metros entre as pessoas não era eficaz como única medida contra o coronavírus, principalmente em locais fechados e sem renovação do ar.
Fonte: G1