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Cresce para 22,2% proporção de domicílios sem nenhuma renda de trabalho

Em meio ao desemprego elevada e recuperação ainda lenta do mercado de trabalho, aumentou o percentual de domicílios no país sem nenhuma renda proveniente de trabalho ou com renda muito baixa, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

De acordo com o estudo, a parcela de domicílios em que os entrevistados declaram não ter nenhum membro desempenhando uma atividade remunerada passou de 21,5% no quarto trimestre de 2017 para 22,2% no último trimestre de 2018. Antes da recessão, no final de 2013, era de 18,6%.

Já a proporção de domicílios com renda muito baixa aumentou de 29,8% para 30,1%, na mesma base de comparação. No 4º trimestre de 2013, era 27,5%.

A pesquisa foi feita a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.

A pesquisa mostra também que vem crescendo a desigualdade salarial entre os os domicílios, como já evidenciado pelo desempenho do índice de Gini no ano passado. No quarto trimestre de 2014, a média da renda domiciliar do trabalho para a faixa de renda alta era 27,8 vezes maior que a média da renda da faixa de renda muito baixa. Já no último trimestre de 2018, a média da renda domiciliar da faixa mais alta era 30,3 vezes maior.

“Para o restante do ano, a expectativa é de manutenção da recuperação gradual do emprego e da renda média. Apesar da expectativa de aceleração da atividade econômica para o segundo semestre, devido à esperada aprovação da reforma previdenciária, pouco alterada pelo Congresso, os efeitos sobre o mercado de trabalho só devem surgir com mais intensidade no fim de 2019 e ao longo de 2020”, destaca o estudo.

Em janeiro, a taxa de desemprego manteve-se em 12,3% pelo segundo trimestre consecutivo, indicando que ao longo dos dois últimos anos a retração do desemprego foi de apenas 0,8 ponto percentual.

“O aumento da ocupação aconteceu, basicamente, nos setores informais da economia”, resume o Ipea.

O estudo destaca que a recuperação do mercado de trabalho segue fraca e que os jovens e menos escolarizados têm sido os mais afetados pelo desemprego.

No caso dos dois segmentos mais jovens (18 a 24 anos e 25 a 39 anos), embora tenha sido registrada retração de 0,1 p.p. na taxa de desemprego no último trimestre de 2018, na comparação interanual, esse recuo não se deu pela expansão da ocupação, como é desejável, mas sim pela queda da força de trabalho.

Segundo o Ipea, enquanto as populações ocupadas com idades entre 18 e 24 anos e 25 e 39 anos recuaram 1,3% e 0,1%, respectivamente, o percentual de ocupados destes segmentos caíram 1,4% e 0,2%, respectivamente.

Embora, no quarto trimestre de 2018, a parcela de desocupados com idade entre 18 e 24 anos que conseguiram uma ocupação tenha se mantido estável, essa parcela da população ainda é, segundo o Ipea, “a que possui a menor probabilidade de ser contratada, além de ter a maior chance de ser demitida”.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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