Após as denúncias da existência de contas secretas na Suíça, os principais partidos de oposição divulgaram ontem uma nota em que defendem o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade cobram a saída de Cunha, até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa.Pouco depois do pedido de afastamento feito pelos líderes dos partidos de oposição, a assessoria de imprensa de Eduardo Cunha também divulgou nota à imprensa, reafirmando que o presidente da Câmara não deixará o cargo
Com tudo o que está acontecendo nos últimos dias, o fato é que o governo está preocupado que Cunha acelere o processo de abertura do pedido de impeachment já na próxima terça-feira e traça estratégias para conter o movimento. Em outra frente, deputados do PT e do PCdoB, partidos da base aliada, recorreram ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a maneira como Cunha pretende analisar as denúncias.
Especula-se que o presidente da Câmara se posicionará sobre o pedido de afastamento de Dilma feito pelo jurista e ex-fundador do PT Hélio Bicudo. Caso ele o aprove, a comissão especial de análise será criada. Se ele rejeitar, um recurso o colocará em votação no plenário. Neste caso, Cunha entende que basta maioria simples (metade dos presentes mais um) para aprová-lo. O Planalto acredita que Cunha pedirá o arquivamento do pedido e se concentra em trabalhar a fidelidade da base para garantir a vitória no plenário. O desalinhamento da base pode levar a proposta adiante.
Assessores palacianos apostam que a força de Cunha diminuiu diante das ultimas denúncias que o rodeiam. Na próxima terça-feira, Dilma se reunirá com os integrantes da coordenação política do governo e levará o assunto ao encontro. A intenção é se posicionar e montar uma estratégia para barrar o avanço do pedido de afastamento. O governo tem trabalhado para ampliar o diálogo com a base e cumprir os acordos de distribuição de emendas e cargos de segundo e terceiro escalão determinados na configuração anterior da articulação política.