Francisco de Paula Segundo
Muito se vê falar na CRISE que assola o nosso rincão – a mídia propaga como vento ao léu a insana crise e todos nós, em respeito ao todo poderoso poder midiático, nos curvamos e até nos inquietamos com o tão grande e desesperador momento.
Ouvi certa feita uma historinha pitoresca ocorrida num interior remoto do nordeste: Um certo proprietário de uma lanchonete, com um histórico de sucesso, conseguiu mandar seu filho para a capital com a finalidade de se formar, ter um curso superior, algo impensável no seu tempo de jovem. Após anos de estudos, retorna ao seu interior para aplicar os seus conhecimentos de economista e tornar a lanchonete paterna uma expressão de sucesso, um lugar mais chique e, claro, com melhores rendimentos.
Acontece que, ao analisar o ambiente de trabalho, o filho doutor chegou à seguinte e triste conclusão: como o país estava em crise optou por diminuir a iluminação (economia na energia), diminuir o número de empregados, entre outras providências, e com isso sobreviver ao tão prolatado momento.
Mas, não se lembrou que com essas medidas afugentou a clientela, que achou o lugar lúgubre e mal servido. Com isto houve uma acentuada diminuição no seu faturamento, porém, tudo em nome da crise deveria ser feito, em respeito a uma realidade muitas das vezes tida como o fim empresarial.
Notando tão grandes mudanças no empreendimento vizinho, o concorrente optou por fazer justamente o contrário, aumentou mais o número de mesas, mais funcionários e com uma iluminação da melhor qualidade. Conclusão: a clientela se mudou para o concorrente.
Não posso dizer que não há crise nesse nosso Brasil – há sim, sem dúvida – mas posso dizer que o empresário não pode se curvar a esse momento e tê-lo como definitivo na vida do seu negócio (e haja choro), mas deve-se levantar a guarda e colocar a mente para trabalhar com o fito de ver driblado o momento crise.
Digo sempre em reuniões de que participo: primeiro que empresário não pode chorar, não tem tempo para tal, e segundo que não podemos nos curvar à pregação diária da mídia nos incutindo que devemos nos retrair no nosso pequeno mundo e nos fecharmos em copas, tolhendo o desenvolvimento das nossas empresas como forma de protegê-las, quando na maioria das vezes as soluções estão nos observando e nós não conseguimos enxergá-las.
Cabe nesse momento o uso imensurável do poder do pensamento para encontrar o seu norte e, desta forma, encontrar também o meio mais apropriado para sobreviver justamente nos momentos difíceis das adversidades.
Poderia o leitor dizer: pimenta nos olhos dos outros é refresco. Sim, também acho, porém deve-se, conhecendo o seu negócio, buscar as alternativas que estão postas na nossa frente. Às vezes o que falta é interesse e vontade de usá-las para assim vermos os nossos negócios pelo menos de pé, pois choramingando nos cantos só visualizaremos turvas nuvens quando na verdade podem nos ser lindas, por indicar prenúncio de bom inverno.
Avante, amigos, pois dessa forma encontraremos os meios de contornarmos o MOMENTO CRISE para a nossa sobrevivência empresarial. Sem dúvida o Brasil agradece.
Francisco de Paula Segundo – Empresário, Advogado, ex- Secretario de Desenvolvimento do RN
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