CURIOSIDADES E HUMOR NA HISTÓRIA DA MEDICINA – Armando Negreiros

1. Hipócrates, o pai da medicina, viveu de 460 a 380 a.C. e nasceu em Cós, na costa da Turquia. Ao estudar a epilepsia, considerada a “moléstia sagrada”, concebeu-a como um processo de causas naturais, dessa forma separou a medicina da filosofia e da religião.
2. O diploma de médico foi regulamentado em Roma no século III d.C. Era necessário que os estudantes de medicina apresentassem atestado policial de boa conduta, que não tivessem tirado férias prolongadas durante o curso e que não fossem frequentadores de bordéis.
3. A primeira mulher a exercer a medicina foi Agnodice. Aprendeu obstetrícia e ginecologia em Roma, mas quando voltou para a Grécia teve que se vestir de homem, para ser aceita como especialista. Para escapar da morte, acusada de seduzir os seus pacientes, despiu-se diante do juiz e dos jurados no areópago (tribunal). A partir desse momento as mulheres tiveram direito de praticar a medicina na Grécia.
4. O símbolo da medicina é uma serpente enroscada num bastão. Isso se deve à troca da pele da cobra que a torna sempre jovem, representando a saúde. Hermes, ou Mercúrio, o deus mensageiro ou do comércio, tem como ícone duas cobras entrelaçadas num caduceu, com duas asas na sua extremidade superior… nada a ver com a medicina.
5. A letra “R” escrita nos receituários médicos: Horus vinga o assassinato do seu pai Osíris lutando contra Seth, o tio criminoso. Na contenda, Horus perde um olho, que lhe é reposto por Toth, o deus da saúde e da sabedoria, em reconhecimento da devoção filial de Horus. O olho esquerdo de Horus lembra a letra R e por isso o R é escrito no início de toda receita médica. Ao fazer o R na receita o médico invoca a proteção e a inspiração divina para aquela prescrição.
6. O Papa João XXI, Petrus Hispanus, era médico graduado pela Universidade de Montpellier, na França. Foi o único médico que conseguiu chegar a papa.
7. Foi Cláudio Galeno (200 a 132 a.C.) quem descobriu, através de dissecções em corpos de gladiadores romanos, no Coliseu, que no interior das artérias circulava sangue e não ar, como o nome sugere.
8. Segundo René Descartes a alma humana ficava situada na glândula pineal.
9. A doença de São Guido, ou epidemia dançante, era chamada de tarantismo, por acreditar-se os pacientes vítimas de picadas de aranha, tarântula, daí ter derivado o termo atarantado (aturdido, atrapalhado, estonteado).
10. O cirurgião Halsted (1855-1922) inventou as luvas de borracha casualmente. Apaixonado por uma enfermeira, que não podia usar antissépticos, encomendou ao seu amigo Goodyear as também chamadas “luvas do amor”. Daí observou a queda no índice de infecções, o que oficializou o seu uso.
11. O cirurgião Joseph Lister é considerado o pai da antissepsia por ter inventado um vaporizador de fenol (ácido carbólico). Naquela época quanto mais sujo de sangue fosse o avental do cirurgião, maior confiança inspirava por denotar experiência.
12. O cirurgião Robert Liston (1794 – 1847), conhecido como “o relâmpago”, marcava no cabo do bisturi cada amputação que fazia, todas, para seu orgulho, com menos de três minutos. Obviamente quanto maior a sua rapidez, menor a dor que o paciente sentia. Foi o primeiro a operar com anestesia na Inglaterra.
13. Na Guerra dos Trinta anos, assim como em Itararé, também teve uma batalha que não houve, a de Nuremberg, pois os soldados em ambas as trincheiras foram dizimados pelo tifo exantemático.
14. São Lucas é considerado o patrono da classe médica e dezoito de outubro, seu dia, é o dia do médico. Teria nascido na Antioquia (Síria) e teria sido médico de São Paulo.
15. A pasteurella pestis é inoculada no homem pela picada da pulga do rato. Na grande epidemia que se abateu sobre a Europa em 1348, e que contabilizou 25 milhões de mortos, os sobreviventes começaram a comer cachorros, resolvendo por muito tempo o problema da raiva no continente.
16. Robert Koch (1843 – 1910), médico alemão, descobriu os bacilos da tuberculose e do antraz (carbúnculo). Ganhou o Nobel de medicina em 1905 e morreu de infarto agudo do miocárdio.
17. A cura da tuberculose só foi possível com a descoberta da estreptomicina por Selman Waksman em 1940.
18. Edward Jenner (1749 – 1823) observou que as pessoas que haviam contraído varíola ordenhando vacas, não pegavam a varíola humana. Passou a inocular o pus das feridas e descobriu a imunização que recebeu o nome de vacina em homenagem à vaca.

 

 

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