DAR ASAS À IMAGINAÇÃO (SEM RED BULL) –
Observo-me… Percebo meus limites, meus avanços, minhas estagnações, meu crescimento… Sou mente fértil com vida regrada.
Tenho algumas manias.
Hoje eu fui à casa de Ione, minha costureira camarada – ela nunca me deixa na mão, faz meus gostos e mimos. Fui deixar uns tecidos para ela fazer umas camisetas de alcinhas finas, do jeito que estou visualizando em minha mente, inclusive já me vejo vestida nelas, com calças e saias combinando, assim como os sapatos e sandálias, tudo isso para ficar mais bonita para mim mesma, para quando eu me olhar no espelho dizer assim: – Poxa!!! Quem é essa gata?!?! (Calma pessoal, não é pretensão, é só uma brincadeirinha)
Nos dias de mais angústia, sabe como eu me alegro? Ou pelo menos dou uma tapeada no meu humor e no meu ego. Fazendo um brinco novo com dois que desmanchei; comprando um tecido, não importa o preço, pode ser desses “baratal”, para fazer uma blusa de modelo simples, mas que seja idealizada por mim; pintando um quadro com massa corrida e mãos, criando sei lá o que- alguns chamam de arte abstrata; fazendo uma bolsa de couro toda na mão; rabiscando folhas em branco de papel ofício, ou atrás de comprovantes de pagamentos da conta de água.
Nos dias difíceis criar coisas, escrever bobagens, ouvir músicas que balançam o esqueleto, imaginar-me, navegando com Lulu, desbravando os sete mares, dar asas à imaginação (sem Red Bull) é o que gosto de fazer, é o que me faz aprender a conviver melhor com minhas dores e horrores.
Reservo minha senha… Não posso perder a festa da vida,
Quero a mesa de frente para a banda de música…
E não me esquecerei de pedir para tocarem My way- Elvis.
Flávia Arruda 03/12/2014
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora