DE SAÚDE PÚBLICA –
Inda bem que não fomos nós. No imbróglio do “Mais Médicos”, me pareceria que o governo cubano antecipou a matança do porco. Encarou o óbvio. Desistiu rápido do grande prêmio, como saída honrosa. De véspera. Apostou no “quanto pior, melhor “, para nós. De “motu proprio”. Um “magnum principium” deles, cuja faceta ideológica e método não me caberia discutir. Constranger, dá a impressão, foi a opção deles .
Desde Inocêncio VIII, em 1484 , já se tem notícia dessas coisas em política. O fórum diplomático cabível poderia ter sido o da próxima gestão . Ou, mais corretamente, o do atual governo, ao apagar das luzes. Mas não existe mocinho neste faroeste caboclo. Temer, possivelmente, a empurrar com a barriga na vã esperança de evitar, ou ao menos postergar, a lógica final da sua jurídica sinuca de bico pessoal.
A verdade é que o contrato e os seus desdobramentos práticos são injustos e espúrios. A revalidação dos diplomas seria imprescindível . O recebimento integral dos salários, também. A retórica do Bolsonaro foi intempestiva. O pitaco do vice-presidente sobre a eventual disposição da permanência deles no país foi descabida e sem qualquer embasamento.
A propósito, não temos a tradição de discutir a partir de dados estatísticos. Números robustos e confiáveis ainda são exceção por aqui. Os médicos cubanos seriam necessários, em princípio. Apesar do esforço deles não ter supostamente acabado com as nossas eternas mazelas na área do atendimento médico aos mais necessitados. Não existem dados disponíveis pra suportar tal tese.
Mas a interação médico-paciente, como antigamente, eles a exercitaram bem. Na base do pouco cura , mas consola. A triagem inócua que só minimiza situações específicas e básicas, mas faz um bem enorme à alma de quem está desprotegido e carente de corpo e espírito.
Mas a falta de respeito com relação a eles (os médicos), por parte de ambos os governos é inconcebível. E inacreditável para um país como o nosso que se diz democrático. Difícil me convencer do contrário.]